Atualmente, é quase impossível usar o smartphone, por lazer ou profissionalmente, sem dar de cara com alguma menção ao metaverso. Até o Facebook mudou de nome para Meta em referência a esse futuro tão presente em nossas vidas. No entanto, se aprendemos alguma coisa na era das redes sociais, com gigantes como o já esquecido Snapchat, o Instagram e mais recentemente o TikTok é que os efeitos do universo virtual na vida real são, particularmente, mais prejudiciais às meninas e mulheres.
Para se ter uma ideia dos danos, uma pesquisa interna do Facebook revelou que 32% das adolescentes que sofrem de distorção da imagem corporal se sentem pior depois de usar o Instagram. Ainda mais alarmante do que isso é o dado de que o tempo de uso prolongado das redes aumenta as taxas de suicídio para meninas na medida em que elas entram na fase adulta. Quando o metaverso entra em cena, essa matemática já complicada e preocupante, piora. Isso porque interagir em um universo no qual você pode aparentar o que quiser através de um avatar, que não necessariamente se parece com você, impacta não só a maneira como somos percebidos pelos outros, mas também como nos vemos.
32% das adolescentes que sofrem de distorção da imagem corporal se sentem pior depois de usar o Instagram
Em 2007, um grupo de pesquisadores de Stanford descobriu que a maneira como os usuários operam avatares em um mundo simulado tem relação direta com seus comportamentos no mundo real. Tal fenômeno foi chamado de ‘Efeito Proteus’ e mostra que a forma como nossos corpos são representados no ciberespaço afeta, sem dúvidas, a forma como operamos em nossas vidas cotidianas. Com a força crescente do metaverso, a estimativa é que, positivos ou negativos, os impactos sejam diferentes de tudo o que já vimos antes.
“A identidade é vital para nossa experiência de estar vivo. Mais do que tudo, nossa percepção de nós mesmos e dos outros estabelece o modelo para nosso sistema social ao designar quem tem e quem não tem controle e acesso. Para isso, a solução para nossas desigualdades sociais não está em democratizar a capacidade de ajustar nossas aparências à vontade. Somos mais do que apenas a fachada de nossa carne e os limites de nossas formas físicas”, escreveu a artista e empreendedora Izzy Howell para o portal Fast Company.
Segundo ela, para que a verdadeira mudança aconteça, precisaremos destruir o antigo sistema. Ao reconhecer como nosso velho mundo ficou aquém, podemos ser capazes de forjar a meta-sociedade que todos merecemos: uma que é projetada para libertar e capacitar todos, não importa qual seja sua raça, sexualidade ou gênero.
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