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As medidas não são simples, nem baratas, mas é sim possível que a economia brasileira sobreviva a recessão causada pelo coronavírus. Para isso, o governo vai precisar abrir os cofres. A avaliação é do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. Em entrevista à PODER ele afirmou que, embora a situação seja dramática, similar à de uma guerra, existem alternativas monetárias, fiscais e políticas que, se adotadas, podem diminuir – e muito ­– os efeitos colaterais da crise. “Vemos uma espécie de renascimento do Estado, que precisará ser forte para contornar a situação de vulnerabilidade de milhões de pessoas da base. Mas é o presidente, e mais ninguém, quem terá que chamar a responsabilidade para si e bancar certas medidas complicadas”, explica. Entre elas, uma conta de cerca de R$ 608 bilhões que, segundo o analista, corresponde a um mês do PIB do Brasil nos últimos doze meses. “É o tempo em que a atividade econômica deverá paralisar, sendo conservador. O governo vai ter que assinar o cheque e arcar com esse prejuízo. Ficará ainda mais deficitário? Sim. Mas isso discute-se com a sociedade lá na frente. É uma decisão política”.

Perfeito e eu pares economistas são quase unânimes em afirmar que se os governos não agirem para socorrer as pequenas e médias empresas, liberando linhas de crédito ou adiando ou cortando recolhimento de impostos, por exemplo, haverá bancarrota entre os menores empreendedores, segmento que nas economias em desenvolvimento, caso do Brasil, responde por mais de 55% do PIB segundo dados da Organização Mundial do Comércio. “Não tem outro jeito: o Estado vai ter que carregar a iniciativa privada nas costas. Saímos de uma espécie de ativismo monetário para entrar agora em um momento de ativismo fiscal”, alerta o economista-chefe da Necton, que aponta como boa providência o pacote de medidas anunciado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central que pretende liberar R$ 1,2 trilhão em liquidez no mercado para mitigar os efeitos econômicos do coronavírus. “Porém, como jogar esse dinheiro novamente na economia é uma decisão que terá que alterar o mecanismo usual do mercado. E, quanto a isso, cabe outra vez ao presidente decidir. Ou seja: tudo volta na presidência”.

O presidente Jair Bolsonaro editou no domingo (22) uma medida provisória que altera uma série de regras trabalhistas durante o período de calamidade pública. Ao ser publicada, a medida incluía possibilidade de suspensão do contrato de trabalho por quatro meses, período em que o empregador deveria garantir a participação do trabalhador em curso ou programa de qualificação profissional não presencial. Horas depois, já na segunda-feira, no entanto, Bolsonaro informou ter revogado tal trecho da MP o que, na visão de André Prefeito, reflete o momento de pressão pelo qual atravessa o governo. “A revogação era uma demanda dos trabalhadores, mas existem também as demandas dos empresários. São discussões que ele não poderá se furtar a fazer. Saída para a crise a gente tem, o que a gente precisa é do presidente agindo e assumindo a responsabilidade”, finaliza.

Para tentar amenizar a crise econômica causada pela pandemia, o governo brasileiro já anunciou a injeção de quase R$ 150 bilhões em três meses. No foco estão a proteção de idosos e pessoas mais vulneráveis e benefícios para empresas para tentar manter o nível de emprego.

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