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iPhone 15
Divulgação/Apple

Em janeiro de 2007, Steve Jobs subiu ao palco do Macworld Conference & Expo em San Francisco, na Califórnia, para apresentar o iPhone da primeira geração. O conceito do dispositivo, cujo domínio “iphone.org” foi comprado pela Apple ainda em 1999, começou a se materializar com um pedido em 2004 do então CEO à equipe composta por Tony Fadell, Scott Forstall e Sir Jonathan Ive. O trio de engenheiros trabalhou durante meses em segredo no “Projeto Purple”. Hoje, 16 anos após esse marco inicial, o iPhone parece estar na flor da juventude – um “Gen Z” tecnológico que deu certo.

O evento Wonderlust da Apple, que acontece nessa terça-feira (12) no Apple Park, na sede da companhia na cidade californiana de Cupertino, marcará a apresentação de diversos dispositivos, incluindo o iPhone 15 e suas variações 15 Plus, 15 Pro e 15 Pro Max. Além disso, espera-se que a Apple apresente ainda o Apple Watch Series 9 e o Apple Watch Ultra 2, juntamente com o anúncio das datas para o lançamento do iOS 17 e do watchOS 10. Mas os olhos do mundo, claro, estarão voltados para a estrela da ocasião, o novo iPhone.

O lançamento do primeiro iPhone foi um divisor de águas não apenas para a indústria de telefonia móvel, mas também para a forma como interagimos com a tecnologia. Dados da firma de pesquisas de mercado Counterpoint Research, de Hong Kong, indicam que, nos Estados Unidos, o iPhone agora representa mais de 50% dos smartphones vendidos, um aumento em relação aos 41% em 2018. Em termos globais, seu market share subiu de um modesto 13% em 2019 para cerca de um quinto das vendas de smartphones mundiais. Responsável pelo levantamento, Michael Levin acredita que o iPhone se transformou em um ícone da cultura pop e um símbolo de status da era moderna.

E é também uma marca. Seu design elegante e seu software confiável são atualizados anualmente, em uma produção que chega a 200 milhões de unidades por ano com precisão militar, estão entre os fatores primordiais para que a Apple superasse gigantes como Samsung e Huawei, que enfrentaram problemas significativos nos últimos anos. A Samsung teve que recolher seus smartphones em 2016 devido a baterias defeituosas, enquanto a Huawei enfrentou um golpe duro em 2020, quando foi bloqueada pela administração Trump de comprar tecnologia dos EUA.

Enquanto seus concorrentes tropeçam, o iPhone continua a crescer, mesmo sendo o dispositivo mais caro do setor. A Apple conseguiu superar essa sensibilidade ao preço através de um modelo de negócio que lembra o mercado de automóveis americano: os aparelhos podem ser revendidos para ajudar na compra de um novo, e as operadoras, como os revendedores de automóveis, oferecem descontos e planos de pagamento mensais.

No entanto, o cenário está mudando rapidamente, especialmente na China e na Índia. A Huawei lançou seu novo smartphone premium, o Mate 60 Pro, com chips 5G, e o governo chinês incentivou funcionários de agências nacionais a usar marcas de smartphones locais, pondo em questão a liderança do iPhone naquele país. Por outro lado, na Índia, um mercado em rápido crescimento, a Apple viu sua participação crescer de 1% em 2019 para 5% atualmente, com projeções apontando para um possível 10% no próximo ano. O valor de mercado da gigante tech está na casa dos US$ 2,8 trilhões (R$ 14 trilhões), e seu caixa ostenta a soma de US$ 63 bilhões (R$ 314,4 bilhões) em ativos líquidos.

Agora, como um adolescente que entra na fase adulta, o iPhone precisa mais do que nunca considerar sua relevância e longevidade. Millennials e a Geração Z têm hábitos de consumo específicos e são cada vez mais exigentes. Não basta ser um ícone cultural ou um símbolo de status, é preciso inovar, se adaptar e crescer. Mesmo como um “Gen Z” de sucesso, o iPhone tem um longo caminho a percorrer para se manter no círculo de amizade dessas gerações dinâmicas. A Apple já começou a ajustar seus preços e ofertas, mas ainda é cedo para dizer se essas mudanças serão suficientes para manter sua posição dominante no mercado.

Em resumo, embora o iPhone tenha desafiado a gravidade até agora, sendo aceito tanto por millennials como por zoomers, a verdadeira prova está por vir. O dispositivo tem que continuar evoluindo e se adaptando às necessidades e desejos dessas gerações se não quiser ser “cancelado” ou, pior, esquecido. Como qualquer jovem de 16 anos, ele enfrenta o desafio e a oportunidade de definir o que será na idade adulta. E no mundo da tecnologia, 16 anos podem ser tanto um começo promissor quanto uma eternidade.

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