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Rainha Elizabeth II
Foto: Tim Graham Photo Library via Getty Images

As celebridades de hoje em dia, heroínas e heróis da era digital, inventores de tendências, pioneiros do branding pessoal… Pera aí, pioneiros? Será mesmo? Vamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente ao dia 6 de fevereiro de 1952, quando Elizabeth Alexandra Mary Windsor se tornou Elizabeth Regina do Reino Unido. Para aqueles que ainda se maravilham com o poder das Kardashians de transformar qualquer coisa em ouro (ou, pelo menos, em lucro), eis a eterna mestra original da arte do branding: Sua Majestade, Elizabeth II.

Morta há exatamente um ano, aos 96 anos, a rainha não foi apenas uma monarca: ela é uma “marca”. Desde o começo de seu reinado, sua imagem e a da monarquia britânica foram cuidadosamente curadas e apresentadas ao mundo, tornando-a talvez a influenciadora mais bem-sucedida da história. Algo respaldado pelos conceitos modernos de “brand value” e “brand equity”, aliás.

A mulher, uma instituição, praticamente escreveu o manual dos dois. Sua Majestade entendeu o poder da narrativa muito antes de qualquer guru de marketing moderno. Seu casamento, em 1947, foi um dos primeiros eventos globais transmitidos pela televisão, atingindo uma audiência estimada de 200 milhões de pessoas na época. Quem hoje consegue se gabar de um alcance tão vasto sem a ajuda das redes sociais?

E em termos de ESG (Ambiental, Social e Governança)? Sob o reinado de Elizabeth, a família real foi além da mera pompa e se envolveu em causas sociais e ambientais. Antes de ser um acrônimo da moda, ESG era um conjunto de princípios vividos e praticados pela realeza – e introduzido sob o Cetro dela.

Não é exagero dizer que Elizabeth fez da monarquia britânica um “unicórnio”, usando a gíria das startups para designar empresas avaliadas em mais de um bilhão de dólares. O valor da “brand Britain” é estimado em bilhões de libras esterlinas, cortesia em grande parte do carisma, dignidade e, sim, habilidades de influenciadora da falecida rainha. O que fica claro aqui não é apenas a longevidade de sua imagem ou sua habilidade de transcender a origem. É o poder da autenticidade em um mundo cada vez mais saturado de artifícios. É sobre como criar uma narrativa que as pessoas não apenas queiram seguir, mas da qual queiram fazer parte.

O legado de Elizabeth II transcende fronteiras e gerações, e mostra que a influência verdadeira não se mede em curtidas ou seguidores, mas na capacidade de causar um impacto duradouro. De ter significado e ser útil. Nesse jogo longo de relevância atemporal, ela foi e continua sendo indiscutivelmente “A” rainha. E em um universo de influenciadores digitais, onde a fama é efêmera e muitas vezes vazia, o legado da rainha oferece uma lição sobre o poder da consistência e da autenticidade.

Depois da morte dela, esse legado se solidificou ainda mais como uma influência permanente no mundo. A trajetória de vida da rainha se eternizou através de instituições, memórias e até mesmo na economia. O valor disso é imensurável, algo que se traduz não apenas em riqueza material, mas em um acervo de dignidade e respeito que serve como farol para as gerações futuras.

Seu falecimento marcou o fim de uma era, mas sua influência foi tal que continua a reverberar, assumindo formas novas e inesperadas. A “marca” Elizabeth II transcende seu próprio tempo e espaço, encontrando ressonância em discursos sobre liderança, feminismo, diplomacia e, claro, em como viver uma vida de serviço público com integridade.

Elizabeth II pode ter deixado o palco físico, mas está longe de ser esquecida, e sua icônica “brand persona”, que é fundamentada em ideias que emocionam, continua impactando simplesmente porque sempre esteve atrelada a propósitos que não se deixam influenciar pelo passar do tempo. Como se fosse um highlander imune a métricas e algoritmos, ambos nem sempre reais.

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