Por Andréa Michael e Bela Megale para a revista PODER de setembro
O apelido “Tite” foi incorporado pelo gaúcho Adenor Leonardo Bacchi por causa da confusão de nomes que um treinador fez ao indicá-lo para o time de base do Caxias do Sul. O acaso também foi responsável por transformá-lo em técnico, depois de uma precoce e sofrida aposentadoria aos 27 anos. Jogador profissional desde os 17, Tite interrompeu a carreira após consecutivas lesões e seis cirurgias nos dois joelhos. “Nunca pensei em ser treinador. Minha ideia era trocar a loja de artigos esportivos que abri no sul e dar aula de educação física.”
Tite acumula no currículo super-troféus, como as Copas Sul-Americana e a conquista mais recente, a Taça Libertadores da América. Mas para ele, a profissão de técnico de futebol é supervalorizada. Muitas vezes, ele não tem tempo e até mesmo estabilidade para executar o trabalho. “A profissão de técnico é supervalorizada e está fora da realidade social do Brasil. Seria melhor se todos tivessem mais estabilidade em seus empregos, mesmo com salário menor.” Tite revela ainda, pela primeira vez, que chegou a pensar que Ronaldo Fenômeno nunca se recuperaria da lesão que sofreu na Inter de Milão. “Trabalhei com Ronaldo e tive a real dimensão do seu poderio técnico. É algo fora do padrão, especificamente a capacidade de finalização e a inteligência. A fase de recuperação e o final de carreira de Ronaldo uniram-se à imagem do Corinthians”, diz.
Ao ser perguntado se sonha em ser técnico da seleção brasileira, Tite diz: “Sim, mas no momento oportuno. Não gostaria de começar interrompendo o trabalho de outro técnico. Isso não só em relação à seleção, mas aos clubes. Estou fechando dois anos de Corinthians, tenho dois anos e meio em Grêmio, quase dois anos de Internacional. Passei por grandes clubes e tive oportunidade de fazer um trabalho completo, com começo, meio e fim. Acredito que isso qualifica não só o clube, mas também minha atuação”.
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