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1. A velocidade das operações nas Bolsas cresce de maneira assustadora. A New York Stock Exchange (NYSE) está investindo 500 milhões de dólares na construção de espaços (nos EUA e na Inglaterra) onde os operadores possam colocar seus computadores (e seus secretos algoritmos) junto aos próprios pregões eletrônicos. Dessa forma aumenta a possibilidade de arbitragens lucrativas. Uma operação corretiva pode levar menos do que 300 microsegundos (1000 vezes mais rápido do que um piscar de olhos). A nossa BMF&Bovespa já está alugando espaço para os operadores que desejarem fazer o mesmo.

2. Essa extraordinária velocidade e a automação das reações quase instantânea do computador podem causar danos consideráveis. A “Securities Exchange Commission” dos EUA (correspondente à nossa Comissão de Valores Mobiliários) está analisando cuidadosamente o assunto. Estudo do braço de Chicago do FED (o Banco Central dos EUA) mostrou que os negócios da “alta freqüência” são potencialmente perigosos e podem gerar erros e prejuízos (e também lucro, obviamente) a uma velocidade e grandeza muito maior do que era possível nos velhões pregões. E acrescentou que “embora já tenham ocorridos erros de negociação algorítmica, provavelmente ainda não assistimos nada parecido com a amplitude, magnitude e velocidade com que podem ser gerados”. Temos terremotos à vista.

3. Estamos assistindo a coisas até há pouco inacreditáveis. O FMI reviu a sua “ciência” e está recomendando políticas econômicas que sempre condenou. Num estudo muito interessante o seu economista-chefe, Olivier Blanchard, recomenda aos países que têm metas inflacionárias de 2%, que as aumentem para 4% para dar maior eficácia à política monetária. E – horror dos horrores – reconhece que o controle de movimento de capitais pode ser um instrumento útil para amenizar a “super-valorização” das moedas dos países emergentes. Nada como um dia depois do outro…

4. Está cada vez mais evidente que a moralidade é o fator mais escasso no mercado financeiro. Em 2004 o Comitê Financeiro da Integração Européia e o Banco Central Europeu tomaram conhecimento que o governo grego e o banco Goldman Sachs realizavam operações para mistificar o déficit fiscal daquele país. Misteriosamente nenhuma sanção foi adotada contra a Grecia que foi admitida na União Europeia mesmo falsificando suas estatísticas. Agora o mistério foi esclarecido. Não se fez nada porque quase todos os países estavam na mesma situação!

Por Antonio Delfim Netto

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