Publicidade

1. Uma das consequências do exagero das preocupações com o meio ambiente (que precisa, mesmo, ser conservado!) que leva, no fim, a resultados desastrosos, é visível na política energética. Depois do “apagão” de 2001, quando o Governo afirmou-se “surpreso” com o fato, entramos num rápido processo de destruição da nossa matriz energética. Com as dificuldades ambientais enfrentadas pelos projetos hidroelétricos (energia limpa e renovável), escolhemos o caminho mais fácil da termoeletricidade (energia mais suja, mais cara e não renovável) e terminamos no estímulo à energia nuclear (ainda mais suja porque não se sabe o que fazer com os eternos “resíduos”), não renovável e ainda mais cara do que a produzida pelos derivados do petróleo.
2. A nossa política energética (de geração e transmissão), de racionalidade duvidosa em si mesma, tem sido piorada pela sanha tributária dos três níveis de Governo. Eles veem nela apenas o objeto de fácil tributação, sem medir as distorções que seus impostos impõem ao sistema produtivo nacional. Infelizmente, há uma geração o Brasil perdeu o hábito de pensar o “longo prazo”: foi substituído pelo “imediatismo” político oportunista que engana o cidadão de hoje que lhe dá o voto e não percebe o mal que está fazendo a seu filho, o cidadão de amanhã. Mantidas as condições atuais de tributação e alguns delírios ambientalistas, o próximo govêrno eleito em 2010 enfrentará, inexoravelmente,  um aumento do custo real da energia em nada menos do que 30% até o final do seu primeiro mandato, o que terá desastrosas consequências econômicas e sociais.
3. O Brasil que já teve uma das energias mais baratas e mais limpas do mundo e que luta para mantê-la com o etanol, tem hoje uma das energias mais caras. E, a partir da renovação dos contratos das antigas concessões de hidroelétricas (2013/2015), terá, provavelmente, a mais cara. Se não houver uma urgente e inteligente mudança de política isso significará o fim de algumas atividades econômicas (alumínio, cobre) onde tínhamos vantagens comparativas naturais. Será possível que devido aos equívocos da política energética e à furia tributária irracional, nosso destino seja voltar a ser apenas catadores de minérios para que outros países os transformem em metais? Antes de votar em 2010 pergunte isso ao seu candidato!

Antonio Delfim Netto

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR

Gisele e o boom das propriedades equestres de luxo

Gisele e o boom das propriedades equestres de luxo

Esse artigo explora a crescente tendência no mercado imobiliário de luxo de valorização de propriedades com instalações equestres de alta qualidade. Utilizando o exemplo recente de Gisele Bündchen, que investiu milhões em um château na Flórida, GLMRM ilustra como essas instalações se tornaram mais do que um mero “extra”. Elas agora são consideradas investimentos inteligentes, especialmente em tempos de incerteza econômica, e representam um estilo de vida exclusivo que atrai a elite financeira global.

Instagram

Twitter