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Antonio Delfim Netto


1. Nosso sistema bancário é hígido, bem capitalizado e sujeito a um controle
eficiente por parte do Banco Central. As restrições de crédito que estamos
vivendo se devem a dois fatos: 1º) à desintegração do sistema bancário
internacional que ao criar um estado de pânico eliminou as linhas de crédito
externo de nossa economia e, portanto, aumentou a demanda de financiamento ao
sistema bancário interno e 2º) não se trata de um problema de liquidez, mas da
necessidade de instrumentar a autoridade monetária com a capacidade de dar ao
nosso sistema bancário o conforto necessário para neste momento de grande
incerteza continuar a ampliar sua atividade. É apenas isso que objetivam as
recentes medidas enviadas pelo poder Executivo ao Congresso Nacional e que têm
sido alvo de críticas sibilinas.


2.Um interessante trabalho da EMBRAPA (feito pelo pesquisador Evaristo
Miranda) revelou dados muito interessantes que mostram a incrível precariedade e
a descoordenação da administração pública brasileira. Reunindo a legislação de
terras do País (Código Florestal, Áreas Indígenas, Áreas de Preservação, Reserva
Legal, etc.) ele mostrou que, atendidas plenamente suas exigências, apenas 1/3
do território nacional (280 milhões de hectares sobre o total da 852 milhões)
estariam disponíveis para a agricultura, muito próximo, aliás, do total já
ocupado pela atividade agropecuária. E tem mais. Dos 420 milhões de hectares que
constituem o chamado bioma Amazônia, apenas 7% (ou seja 29 milhões de hectares)
seriam passíveis de exploração econômica “legal”. Paralelamente, um estudo do
IBGE (indicadores do Desenvolvimento Sustentável – Brasil 2008) mostrou que a
população de brasileiros classificados como indígenas é agora da ordem de 700
mil (o,4% da população total) ocupando uma área da ordem de 106 milhões de
hectares, ou seja, quase 13% do território. Nada contra isso. Ninguém sabe,
aliás, quanta terra um brasileiro que alguns “cientistas” insistem em segregar
como “índio”(até contra a vontade do paciente) precisa para viver. Mas tudo
contra a idéia de que eles constituem uma Nação de não-brasileiros!


3. O grande milagre do nosso agronegócio é que, apesar desse caos legislativo
e das políticas agrícolas (ainda agora o crédito rural flui muito mal, à
despeito do que supõem as autoridades), o Brasil tenha completa autonomia
alimentar e caminhe para a autonomia energética com a exploração da biomassa.
Graças aos institutos de pesquisa (o Agronômico de Campinas, o Instituto
Biológico de São Paulo) e mais recentemente a EMBRAPA (criada em 1972 em
resposta à crise mundial de alimentos dos anos 70) fomos capazes de adaptar
nossas culturas a condições climáticas adversas: transformamos um grande passivo
(que era o Cerrado), num dos nossos maiores ativos. É por isso que a ameaça
climática não deve ser fator de pânico, mas de estímulo a aplicarmos mais
recursos em pesquisa e na biotecnologia.

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