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Por Antonio Delfim Netto


1. A recente mas tardia iniciativa dos Bancos Centrais do mundo de  coordenarem suas ações para superar as dificuldades produzidas na economia mundial é fundamental. A famosa crise do “sub prime” acabou expondo a enorme imoralidade escondida na contabilidade dos maiores bancos internacionais de investimento que agora estão sendo liquidados. A crise verdadeira é a produzida pela queda da confiança no sistema financeiro do  investidor comum (o cidadão desarmado, crente e ingênuo) que confiou as economias para garantir seu futuro, a “especialistas” (supostamente armados de sofisticadas teorias e de fórmulas mágicas para estimar os “riscos”). Ele verificou, no seu bolso, que a tal “ciência” era pura esperteza retórica. A ação isolada dos Bancos Centrais não produziu efeito. Apenas deram liquidez aos “espertos”, mas não devolveram a confiança aos honestos! Com a nova ação coordenada entre eles, é muito possível que a situação comece a melhorar, não sem antes cada um amargar seus prejuízos…


2. Há duas hipóteses sobre as causas do aumento da taxa de inflação no Brasil desde meados de 2006: 1ª. um aumento da demanda interna maior do que a oferta e/ou 2ª. um aumento dos preços externos de exportação e importação não compensado pela valorização do Real (que se derreteu no pânico da última semana). As diferenças de opinião entre o Banco Central (e alguns analistas) e o Ministério da Fazenda (e outros analistas) decorrem do “peso relativo” que atribuem a cada uma delas e não a diferenças sobre a política econômica. Praticamente todos aceitam como boa, uma política monetária baseada num regime de “metas inflacionárias” executada por um Banco Central autônomo  auxiliado em sua tarefa por uma política fiscal adequada. A divergência é sobre a ênfase (o excessivo “peso”) que  o Banco Central dá à primeira e à sua pretensão de que é capaz de controlar a “expectativa” inflacionária com uma política “tempestiva” de juros cujo custo e risco são imensos.


3. Temos de nos livrar de dois mitos. O primeiro é que estamos tão umbilicalmente ligados à economia mundial que flutuaremos igual ou  mais do que  ela. O segundo é que somos inteiramente independentes dela. É razoável reconhecer que estamos hoje numa situação muito melhor do que estivemos no passado. Aproveitamos bem o “bônus” que nos ofereceu o crescimento da economia mundial entre 2002-2007 e nos livramos do constrangimento externo. Precisamos, agora, saber aproveitar o segundo “bônus” que  a Natureza nos ofereceu: o petróleo do “pré-sal”. Com esses dois “bônus” provavelmente atravessaremos a tempestade em condições melhores do que a maioria dos países emergentes.

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