Com hits como “Amor Bipolar” e “Mozão”, o sertanejo Lucas Lucco decidiu assumir as rédeas da carreira e diminuir o ritmo de trabalho. Agora são 12 shows por mês, menos da metade do que já chegou a fazer. O pé no freio tem a ver com as crises de pânico que sofreu e um diagnóstico de síndrome de Burnout. Mais centrado agora, ele segue tocando a carreira de bar em bar
por aline vessoni fotos pedro dimitrow styling thiago biagi
Desde pequeno, o cantor Lucas Lucco teve a vida guiada pela música. Como o pai era locutor de rádio, era muito comum que o menino o acompanhasse no trabalho depois da escola. “Eu ia pra rádio com ele lá em Patrocínio (MG) para ajudá-lo a colocar as músicas. Na época era CD, então eu buscava na discoteca. Foi aí que comecei a ouvir estilos diversos, não só o sertanejo”, diz o cantor, que tem um estilo preferido para cada momento: reggae para quando está de boa em casa, sertanejo no carro e hip-hop para os treinos de crossfit. Popular com sucessos como “Amor Bipolar”, “Mozão” e “Paraíso” – este em duo com Pabllo Vittar –, Lucco conta que no início da carreira musical chegou a ter oito empresários e a fazer uma média de 30 shows por mês. “Sempre fui muito livre em relação à criação, ao repertório, mas eu não tinha noção nenhuma do que fazer com uma empresa. Na época eu fazia tantos shows que mal tinha tempo de pensar sobre isso. Mas chegou o momento que eu quis me inteirar mais, e tomar as rédeas da minha carreira”, conta.
Hoje com 48 funcionários fixos em sua empresa, Lucco assumiu de fato e de direito os rumos da carreira. Ele e o pai. E muita coisa mudou. A quantidade de apresentações, por exemplo, diminuiu drasticamente – de 30 para 12, na média mensal. “No começo, eu fazia quantos shows eu desse conta, mas resolvi limitar isso.” A decisão se deve em grande parte às crises de pânico que o acometeram a partir de 2015. Lucco foi diagnosticado com síndrome de Burnout. Ele agora tem mais tempo para ficar com a família ou para se dedicar a novos projetos musicais, como, por exemplo, o ‘De Bar em Bar’, que até o começo de dezembro já tinha seis músicas em seu canal no YouTube. Numa delas, “Disney”, bem ao estilo dor de corno que caracteriza o gênero, ele diz: “Você podia ir pra Paris / Madri / Até Marte / Mas pra Disney já é sacanagem”.
Para produzir, o cantor se “interna” de tempos em tempos com amigos e compositores num estúdio em Goiânia. Agora também sobra mais tempo para arquitetar ações como o Bazar do Lucco, em que o cantor vende roupas e acessórios de que não precisa mais e cuja receita beneficia instituições como a Apae. Ah, e, claro, o tempo para malhar é sagrado. Nem que o cantor precise chegar à academia às duas da manhã.
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