por Antonio Delfim Netto
Um conhecidíssimo “brasilianista” ainda levado a sério por alguns economistas
incautos e cuja celebridade não diminuiu mesmo depois que previu em 1998 que
haveria uma hiper-inflação (que não aconteceu!) se não fosse evitada uma
necessária correção cambial (que aconteceu!) afirmou solenemente em São Paulo,
há menos de dois meses, “que ninguém mais fala da crise dos Estados Unidos, e a
razão para isso, foi a rápida reação do Federal Reserve”.
* Não
satisfeito completou que “a crise, em seu fundamento, foi superada” porque “o
mercado se acalmou e hoje não há mais medos da falência do sistema
bancário”(sic). Ainda bem! Quatro semanas depois da brilhante entrevista em que
afirmou o fim da crise, já faliram mais quatro bancos
americanos…
Nicolas Sarkozy, o midiático presidente francês é
conhecido pelo seu bom humor e seu bom gosto. Está mostrando que além disso tem
bom senso. Prometeu reformas para sustentar o magnífico e delicioso modo de
viver da sociedade francesa cuja economia é vítima de uma esclerose múltipla:
trabalhadores, patrões e sistema educacional controlados pelo corporativismo
(dos sindicatos) bem pendurado no Estado.
* Na sua primeira
investida enfrentou uma tempestade feita pelas minorias que foram às ruas
“defender os seus direitos”. A maioria que paga tais “direitos” continuou
silenciosa em casa. Mas o peso do “silêncio” começou a prevalecer. A jeitosa
ministra de finanças Christine Lagarde (Sakorzy é mesmo “do ramo”!) acaba de
apresentar um projeto formidável que porá os trabalhadores a trabalhar, os
empresários a competir e os professores a estudar e a ensinar. E ele agora está
andando sob os aplausos silenciosos da tal maioria pagante.
Na semana final de julho, o Brasil continuava, graças à sua condição de
campeão dos juros reais do Universo a ser,orgulhosamente, o último peru com
farofa servido fora do dia de Ação de Graças aos especuladores internacionais.
Na renda variável, a BOVESPA acumulava uma taxa de retorno positiva de 4,6% em
dolares em sete meses. Em todos os outros países que contam no Mundo ela era
negativa: EUA menos 12%, China menos 40%, Eurolândia menos 17%. O México
destoava com uns míseros 1,7% positivos. Na renda fixa a coisa é muito melhor.
Somos realmente os maiores!