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Anna Weyant
Cortesia da artista

Quando soube, meses atrás, que alguns de seus quadros seriam vendidos no martelo pela Christie’s em uma operação conjunta orquestrada pela sede da casa de leilões em Londres junto com sua filial em Paris, a pintora canadense Anna Weyant decidiu que se trancaria em casa e desligaria a internet no dia em que isso acontecesse, e que no caso foi o último 28 de junho.

Aos 27 anos, a jovem artista que confessadamente tem como maior inspiração o período criativo da Era de Ouro Holandesa (1588-1672) é o nome mais comentado nas altas rodas do hemisfério norte quando o assunto é investir em arte. Seus trabalhos estão cada vez mais se valorizando no mercado internacional de artes como poucas vezes antes aconteceu com os assinados por seus colegas de profissão igualmente jovens e quase anônimos.

E Weyant, que sofre de ansiedade, fez bem ao optar por se isolar do mundo na ocasião, que terminou com alguns de seus óleos sobre telas sendo arrematados por somas individuais superiores a mais de US$ 1 milhão (R$ 5,3 milhões) em um leilão que também teve como destaque algumas obras de Claude Monet, e que levantou mais de US$ 250 milhões (R$ 1,3 bilhão).

Dessa soma, a bolada de US$ 1,6 milhão (R$ 8,5 milhões) veio de um lance vencedor por “Falling Woman”, quadro dela que ainda lhe pertencia e a princípio teve seu valor estimado pela Christie’s em US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão), e que bateu o recorde como seu mais caro até hoje leiloado.

Trajetória cinematográfica

A história de rápida ascensão na carreira de Weyant é digna de filme. Não faz muito tempo, lá em 2019, a moça vendia suas pinturas em feiras nos Hamptons, litoral de Nova York, pedindo meros US$ 400 (R$ 2,1 mil), em média, por cada. Ao mesmo tempo, ela as promovia no Instagram, onde acabou caindo nas graças de alguns art dealers.

Mas sua sorte veio mesmo quando o maior de todos eles, Larry Gagosian, a descobriu, de imediato reconhecendo seu potencial. Daí em diante, e com a ajuda e supervisão do veterano, a Sotheby’s e a Phillips, que juntamente com a Christie’s formam o trio que lidera o mercado leiloeiro internacional, também leiloaram criações artísticas suas por um total que já está na casa das dezenas de milhões de dólares.

Weyant, por conta do “selo de qualidade” que recebeu ao se tornar protégé de Gagosian, provavelmente leiloará mais dos inúmeros itens do acervo que criou e que ainda estão sob sua posse, simplesmente porque a demanda por estes é enorme. E isso sem falar nos negócios que, também com uma mãozinha dada pelo fundador da rede de galerias que leva seu sobrenome, trocaram de dono em negociações privativas, em geral envolvendo mais investidores do que connoisseurs ou colecionadores profissionais.

Mas, não restam dúvidas, sua alta popularidade na cena artsy nesse momento que a tornam desde já uma estrela é um indicativo de que o futuro que a aguarda é bastante promissor – assim como os daqueles que apostaram em seu talento apenas com o intuito de lucrar lá na frente, o que provavelmente conseguirão.

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