Ghislaine Maxwell se mudou nada menos que 36 vezes no período de um ano até sua prisão, no último dia 2, em razão de seu suposto envolvimento em um esquema de pedofilia orquestrado por Jeffrey Epstein. Ex-namorada e assistente pessoal do multimilionário que teria se suicidado na cadeia, a socialite britânica é acusada por procuradores dos Estados Unidos de tê-lo auxiliado na escolha de garotas menores de idade que ambos supostamente atraíam com propostas de ajuda nos estudos mas que no fim se tornavam presas sexuais dele. Maxwell, que depôs nessa terça-feira sobre o caso, negou ter cometido qualquer ilegalidade, mas há quem aposte que em breve ela mudará sua versão e tão logo comece a receber acenos das autoridades americanas para fechar uma delação premiada.
E o que Maxwell sabe é justamente o que pode resultar na queda de muitos poderosos, e por isso vários a teriam ajudado a se manter escondida antes de ser encontrada pelo FBI no começo do mês. Indícios apontam que seus esconderijos nos últimos doze meses incluíram paradas nos estados americanos de Idaho, Wyoming e Colorado, curiosamente sempre ligados diretamente à propriedades de luxo. Aliás, Maxwell foi descoberta em uma mansão que fica no melhor bairro de New Hampshire, comprada no último dezembro pela então fugitiva por US$ 1 milhão (R$ 5,33 milhões) em dinheiro vivo, algo incomum nos EUA, país em que até mesmo os ricos recorrem aos financiamentos imobiliários.
No momento, a maior preocupação é mantê-la viva, já que até mesmo os mais agentes mais conservadores do FBI, daqueles que nem gostam de ouvir falar em teorias da conspiração, têm dúvidas sobre as reais circunstâncias da morte de Epstein. E no fim das contas Maxwell foi parar justamente na mesma cela do Centro Correcional Metropolitano de Nova York onde o ex-bambambã de Wall Street teria tirado a própria vida em agosto de 2019. O enredo dessa história toda fica cada vez mais com cara de filme de Hollywood… (Por Anderson Antunes)
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