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Antonio Delfim Netto


1. Diante do pânico de alguns e das razoáveis incertezas da maioria, é
bom lembrar que o Brasil tem melhorado muito do ponto de vista da administração
da economia. Em 1994 iniciamos (depois de meia dúzia de tentativas fracassadas)
o Plano Real. Com ele conseguimos  o que parecia impossível: a relativa
estabilidade monetária. Num ano complicado pela crise externa, nossa inflação
média mensal em 2008 será da ordem de 0,5% ao mês. Em 1993 ela foi de 90%!
Infelizmente o crescimento do PIB foi sempre muito modesto e em 2002
“quebramos”: fomos ao FMI pedir 40 bilhões de dólares. O “espírito do
crescimento” só foi recuperado em 2006 (com o PAC) e hoje temos 200 bilhões de
dólares em reserva. Pois bem, no dia 9 de outubro, às 15:30 horas de Washington,
o Banco Central americano (o FED) ofereceu um “arranjo monetário recíproco” pelo
qual pôs à disposição do nosso Banco Central uma troca (um “swap”) de 30 bilhões
de dólares contra o equivalente em Reais convertidos à taxa de câmbio do dia da
operação. Talvez o dólar já não seja uma Brastemp, mas a mudança da situação não
pode ser ignorada…


2. O sistema de economia de mercado (chamado de “capitalismo”) depende
fundamentalmente da confiança que se estabelece entre os agentes e da existência
de um Estado capaz de garantir a propriedade privada (para que cada um possa
apropriar-se dos benefícios de sua criatividade e trabalho) e de fazer cumprir
os contratos (que regulam a ação entre os participantes do sistema produtivo).
Do ponto de vista do crescimento ele também depende da confiança, mas num
sentido um pouco diferente: da crença do empresário, que seu investimento será
remunerado pela existência, no futuro, de demanda por seus produtos. A Fundação
Getúlio Vargas publica trimestralmente uma “sondagem” dessa confiança dos
empresários do setor de transformação. Quando esse índice é da ordem de 120 eles
estão muito confiantes, como ocorreu nos últimos seis trimestres. Infelizmente a
estimativa para o próximo trimestre, divulgada no dia 29/10, revela uma queda do
índice de confiança. Ela deve merecer atenção do Governo.


3. A consciência de que o processo de crescimento para ser sustentável
tem que ser amigável com o meio ambiente é hoje generalizada e não sem razão. No
fundo, tudo o que é produzido (o PIB) usa a energia que o homem captura na
natureza e os materiais nela disponíveis. Mas tudo o que é produzido retorna
para a natureza, na forma de resíduos, o que mostra claramente que há um limite
finito para essa produção. Em 1973 o Brasil criou a Secretaria Especial de Meio
Ambiente (SEMA) e em 1981, com a Lei 6.938/81, estabeleceu a exigência de
licença ambiental de proteção à natureza para os investimentos de grande porte
no País. O assunto é de importância vital para o  futuro mas, infelizmente,
o licenciamento está cada vez mais complicado e sujeito à restrições
inadequadas.

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