1. Um dos fatores que o “consenso” dos cientistas sociais indica como entrave à aceleração do nosso desenvolvimento econômico é o nível de educação dos brasileiros e, o que é ainda pior, a qualidade do ensino. Amostragem feita pela FIESP entre as empresas industriais paulistas mostrou que 12,5% delas aponta a “falta de trabalhador qualificado” como um dos fatores limitantes à expansão do emprego e ao aumento da produtividade.
2. Como deveria ser óbvio, essa é uma das mais graves falhas da ação que se espera do Estado. O fato mais dramático, entretanto, é que o maior problema apontado por 71% das empresas é a “elevada carga tributária”. Em poucas palavras, em matéria de educar a preparar os brasileiros para atender à economia moderna que exige ao mesmo tempo “qualidade” e “produtividade”, a ação do Estado deixa muito a desejar: cobra muito e entrega pouco!
3. O Estado brasileiro é também responsável pelas áreas de “excelência” na educação que são algumas de nossas universidades públicas com seu ensino gratuito. São elas, entretanto, minúsculas ilhas de conhecimento no universo de ignorância do ensino fundamental. Este continua dominado por sindicatos ideológicos que apóiam publicamente a política do “direito do professor de faltar às aulas” e combatem, sem enrubescer, a recompensa pelo mérito objetivamente medido. Querem a continuidade da tragédia educacional a que nos levou o “laxismo” administrativo e a mediocridade alimentada pela recusa do controle e a negação da premiação pelo mérito.
4. A ineficiência do Estado vai, a pouco e pouco, sendo suprida pela consciência das empresas de seu papel social. Um número crescente delas passou a oferecer além do salário, seguro de vida, previdência privada, assistência médica e odontológica, vale alimentação, vale transporte e, adicionalmente, um auxílio-educação. Investem em funcionários promissores que desejam fazer cursos de graduação ou especialização. O mesmo têm feito entidades de classe (como a FIESP, por exemplo) que usam mais eficientemente os recursos do Governo. Em 2009 o SENAI-SP (onde Lula aprendeu sua profissão) formou nada menos do que um milhão e 70 mil trabalhadores nas áreas de eletricidade, caldeiraria, usinagem, etc.
5. A notícia alvissareira é que algumas prefeituras começam a fazer parcerias com o SESI-SP para utilizar o modelo de ensino eficiente e econômico que mostrou sua excelência ao longo dos últimos 60 anos. Esta poderá vir a ser a tão esperada “revolução” do ensino básico no Brasil.
Por Antonio Delfim Netto
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