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Thomás Aquino
Foto: Divulgação/Taylla de Paula

Com uma história contada sob três perspectivas distintas, o novo longa do diretor José Eduardo Belmonte, “As Verdades”, acompanha a investigação de Josué (Lázaro Ramos), sobre um atropelamento e assassinato. O filme, que chegou aos cinemas nest semana, traz Thomás Aquino como Cícero, um homem marginalizado e apontado como responsável pelo crime.

Ao longo da trama, no entanto, o espectador percebe que a história é mais profunda do que parece. Além da morte, Josué investiga um caso de violência física e sexual. Aquino dá vida a um abusador em duas versões da história. A única perspectiva diferente acontece quando o personagem se defende das acusações de Francisca, interpretada por Bianca Bin; e do prefeito Valmir, vivido por Zé Carlos Machado.

Foto: Divulgação/ Marcelo Corpani

O ator de “Bacurau” e da série “Manhãs de Setembro” e de tantos outros papeis recentes no cinema, afirma que tentou fugir de estereótipos para viver Cícero, um homem negro que não teve muitas oportunidades na vida.

“Cada um busca individualmente se defender nesta sociedade. O Cícero é vítima de uma sociedade com uma estrutura capitalista selvagem. Ele não nasceu em berço de ouro e, de alguma forma, buscou o pior caminho para ser uma pessoa”, defende ele, em conversa com o GLMRM.

Aquino diz que uma visão politizada o acompanha em todos os seus trabalhos. Para o ator, é importante construir mais peças artísticas, seja no cinema ou nos palcos, que furem as bolhas de um discurso único. “Para nos colocarmos como cidadão nesse mundo e querermos discutir possibilidades para o nosso Brasil”, completou.

Bastidores e preparação

O filme de Belmonte tem Suzy Milstein como diretora assistente. Mas, nos bastidores, outros homens dominam o roteiro: Pedro Furtado com supervisão de Guel Arraes e George Moura. No total, são 19 homens e seis mulheres trabalhando nos bastidores de “As Verdades”, de acordo com a ficha técnica.

Foto: Divulgação/Taylla de Paula

Com esse cenário, Belmonte disse, em entrevista ao GLMRM, que ouviu muito as atrizes do elenco para escrever uma história sobre violência física, sexual e infantil contra mulheres.

Drica Moraes, quem vive a mãe de Francisca no filme, atestou na entrevista de divulgação: “Belmonte escuta o que temos a dizer”.

Além disso, a produção criou um documento com pesquisas das histórias de vítimas da violência retratada no filme. Ainda assim, as cenas de estupro causam um certo desconforto no espectador. “Buscamos não mostrar o rosto de Bianca quando a sua personagem era estuprada, justamente para termos esse cuidado”, defende o diretor. Assista ao trailer:

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