O diretor José Eduardo Belmonte, famoso por “Alemão”, estreia o filme “As Verdades” nesta quinta-feira (30). A história acompanha o delegado Josué (Lázaro Ramos), na tentativa de resolver um crime contra o empresário Valmir (Zé Carlos Machado). A investigação mostra que, na verdade, trata-se de um caso de violência contra a mulher. Bianca Bin participa da obra como protagonista no cinema pela primeira vez ao dar vida à Francisca.
“As Verdades”, que relata a história por três perspectivas diferentes, traz a personagem de Bianca em temas muito delicados: violência física, sexual e abuso infantil. Em entrevista ao GLMRM, a artista comenta sobre a preparação para viver Francisca no cinema.
“Eu me identifico muito com a história dessa personagem”, entrega antes de dizer que, para ela, todos somos crianças feridas em corpos adultos. “Eu também fui oprimida por uma criação machista, patriarcal – em outros níveis, a minha infância nem se compara com a de Francisca. Mesmo assim, eu me reconheço nela”.
“Eu me identifico muito com a história da Francisca. Também fui oprimida por uma criação machista, patriarcal – em outros níveis, a minha infância nem se compara com a dela. Mesmo assim, me reconheço nela.”
Para as filmagens, Bianca contracena com Thomás Aquino, famoso por seu trabalho em “Bacurau” e na série “Manhãs de Setembro“, da Amazon Prime Video. Em “As Verdades”, ele dá vida ao Cícero, quem violenta sexualmente Bianca.
“São cenas muito delicadas de estupro, de abuso, de tapa. Afinal, o assunto é gatilho para muitas mulheres”, comenta Bianca. “Temos que ter, com certeza, muita sensibilidade e delicadeza para contar essa história. E também, claro, a parceria de Thomás Aquino, que é um ator generoso, que já logo de cara estabeleceu uma relação de confiança mútua comigo”.
Quando Thomás soube que faria as cenas de violência sexual com Bianca, pediu para ela se posicionar caso se sentisse desconfortável. “Isso faz toda a diferença”, concluiu a atriz.
A expectativa de Bianca é que as mulheres se fortaleçam com esse trabalho e “caminhem em direção a um mundo melhor e a uma libertação”.