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Paula Ferber

Ao saber que a conversa seria por chamada de vídeo, Paula Ferber pediu 15 minutos para se arrumar e borrifar uma colônia de verbena pelo corpo. “É psicológico, mas esse cheiro me faz sentir bem”, explica a designer de sapatos. Além de perfumar, essa pequena florzinha lilás, que, inclusive, ameniza a ansiedade e o estresse, também traduz a atmosfera do novo refúgio de Paula durante a quarentena. Ela resgatou seu espírito hippie da adolescência e alugou uma casa de campo dentro da fazenda do arquiteto René Fernandes, no interior de São Paulo – com direito a fogão a lenha, muitas redes e verde a perder de vista.

A “casinha de duende”, como Paula define, é pequena e exemplifica bem o conceito de luxo do momento: simples e minimalista. “Tenho meia dúzia de talheres, meia dúzia de pratos e um jogo de panelas. Quis ter essa experiência de viver com menos em meio à natureza”, explica Paula.

De cor vermelho barro por fora, portas verdes e madeiras de demolição reaproveitadas do próprio local, que era um antigo haras, a propriedade conta com dois quartos – um da filha Júlia, de 25 anos –, uma sala integrada com a cozinha e um lago na área externa, onde Paula costuma nadar com o namorado, o empresário Paulo Veloso. “É um clássico nadar no lago, virou nossa superpiscina”, conta. Ela ainda lista outras atividades preferidas na casa: cozinhar a quatro mãos com Paulo, beber vinho na lareira, pedalar pela fazenda e jogar beach tennis no campinho.

Apesar de rústica, a casa exala ares de requinte graças à decoração escolhida a dedo: um banco do artista alagoano André da Marinheira, cadeira de balanço artesanal trazida da Ilha do Ferro, sertão de Alagoas, escultura de uma mulher com fruta na cabeça do sergipano Véio, uma escrivaninha antiga herdada da avó e um lustre de vitrais bem anos 1970, que pertencia à mãe de Paulo.

Uma lagoa de lótus, um pouco mais à frente da casa, é o grande eixo espiritual da fazenda. É lá que Paula medita no mais absoluto silêncio. “A pandemia foi muito difícil para todos, principalmente para quem é do varejo, como eu. Mas acho também quem ela veio para fazer as pessoas pararem. A gente estava chegando no limite como sociedade, beirando uma grande depressão coletiva. É muito importante repensarmos nosso modo de vida”, analisa.

A escolha do campo para passar parte da semana reflete um modus operandi que já é constante em sua marca de sapatos e em sua linha casa, que levam o mesmo nome. “Acredito na sustentabilidade não só como sobrevivência, mas como uma condição para o futuro”, diz. Vale lembrar que seus sapatos ficaram conhecidos por utilizar matérias primas de diversas regiões do Brasil, com um mix bem feito entre sofisticação e técnicas artesanais.


por Denise Meira do Amaral

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