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Lily Safra
Foto: Bertrand Rindoff Petroff/Getty Images

Enquanto os dois filhos, netos e bisnetos de Lily Safra receberão centenas de milhões de dólares dos bens que a socialite e filantropa deixou quando morreu, em julho último aos 87 anos, e de quem já haviam sido beneficiados em vida com trust funds e afins, quase a totalidade da fortuna dela – estimada, por baixo, em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,9 bilhões) pela “Forbes” americana – deverá ir para a caridade.

O real tamanho do patrimônio de Lily, viúva do banqueiro Edmond Safra, morto em 1999, sempre foi um dos maiores mistérios do mundo dos muitos ricos. Publicações como a revista “Bilan”, da Suíça, chegaram a atribuir à brasileira nascida em Porto Alegre, em 1934, e que se radicou em Genebra desde a morte de Edmond, cifras bem maiores, na casa dos US$ 4,7 bilhões (R$ 24,9 bilhões). Sempre discreta e elegante, Lily nunca se pronunciou sobre essas especulações.

De qualquer forma, sabe-se que sob sua posse havia muita coisa, inclusive a casa mais cara do mundo: a vila “La Leopolda”, que fica em Villefranche-sur-Mer, na Riviera Francesa, e sozinha vale estimados US$ 750 milhões (R$ 4 bilhões). Lily até tentou vendê-la em vida, mas nunca conseguiu, e quando chegou mais perto disso quase teve como comprador um bilionário russo, Mikhail Prokhorov.

Em 2008, o compatriota de Vladimir Putin chegou a dar um sinal de US$ 55 milhões (R$ 291,5 milhões) para ficar com o imóvel nababesco, mas daí veio a crise financeira daquele ano, suas contas precisaram ser ajustadas e seu passo seguinte foi pedir para a potencial vendedora o adiantamento pago de volta. Lily negou, os dois partiram para os tribunais para brigar pela bolada e a também colecionadora de arte venceu a disputa, em seguida doando todo o dinheiro que recebeu de Mikhail para uma série de ONGs que já costumava apoiar.

Assim como Edmond, que destinou em testamento quase todos os seus bilhões para a fundação que leva seu nome, a Edmond J. Safra Philanthropic Foundation, Lily escolheu a entidade beneficente para receber a maior parte dos seus – um espólio em andamento que, estima-se, pode chegar a US$ 7 bilhões (R$ 37,1 bilhões).

Por meio da fundação, a bilionária doou quase US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) nos últimos 23 anos, desde quando perdeu Edmond, para um sem número de causas. Mas saíram do seu bolso as doações de mais de US$ 20 milhões (R$ 106 milhões) para a Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research, que é dedicada à pesquisa pela cura do mal de Parkinson – Edmond, tal como o ator que a fundou, sofria da doença. Assim como o cheque de € 10 milhões (R$ 52 milhões) que Lily tirou de suas contas pessoas e enviou para a reconstrução da Notre-Dame quando a catedral mais famosa de Paris quase sucumbiu a um incêndio, em 2019.

Uma grande dúvida sobre a herança de Lily, no entanto, é o destino da coleção de arte da mulher que circulava livremente pelas altas rodas de Londres, Paris e Nova York. O tesouro histórico inclui obras como a escultura do artista suíço Alberto Giacometti “L’Homme qui marche I” (em tradução livre, “O Homem que caminha I”) – a mais cara de todos os tempos já vendida no martelo, e adquirida em 2010 por sua dona, em leilão da Sotheby’s de Londres, por US$ 104,3 milhões (R$ 552,8 milhões).

Também fazem parte do tesouro relíquias do mobiliário europeu dos séculos 17 e 18, quadros assinados por artistas consagrados como Monet e Renoir e afins. Há quem espere que o comprometimento filantrópico de Lily a tenha incentivado a deixar a coletânea, avaliada em outras centenas de milhões de dólares, também para instituições sem fins lucrativos capazes de expô-la ao público.

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