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Erika Januza / Crédito: Instagram

Anteriormente no ar em “Amor de Mãe” como a personagem Marina, que sonha em ser uma campeã de tênis, Erika Januza está agora de quarentena com os seus bichinhos de estimação. A mineira está em casa desde o término repentino das gravações da novela devido à pandemia da Covid-19, na primeira quinzena de março, e revelou que o seu foco agora é contribuir para que toda essa situação passe rápido. “É muito complicado lidar com um cenário de incerteza em todos os âmbitos. Temos reprises no ar, para entreter o público, e eu, em casa, tenho tentando me manter sã”, comentou.

Como a maioria das pessoas em isolamento, o Big Brother Brasil tem se tornado uma grande distração para ela e, mesmo não acompanhando com frequência, Erika conta que está por dentro das discussões importantes que o reality já gerou na internet. Os seus participantes preferidos? Thelma e Babu, que atualmente estão disputando o paredão ao lado de Rafa. Essa edição foi marcada por muitos momentos de racismo, protagonizados por participantes dentro da casa. Sobre isso, Erika abriu o coração: “O racismo é tão enraizado que, muitas vezes, você fala coisas ofensivas e acha que está tudo bem. Não, não está… Quero ver os meus semelhantes bem”.

Aos 34 anos, Erika também inspira muitas meninas pretas a passarem pela transição capilar. Para a personagem do folhetim das 9, ela sugeriu uma mudança radical, e o cabelo curtinho fez tanto sucesso que a atriz virou referência. A seguir, confira a nossa conversa completa com Erika Januza que está inspiradora. (por Jaquelini Cornachioni)

G: Nesse isolamento, muitas pessoas têm aproveitado para acompanhar o BBB 20. Você gosta do programa?
EJ: Eu não tenho assistido muito. Vejo de relance e acabo lendo sobre o que comentam nas redes sociais. Mas do que vi, achei essa edição muito interessante, trouxe temas e debates pertinentes e novos para a história do programa. Queria que Babu ou Thelma ganhassem!

G: Muitas vezes Babu e Thelma foram vítimas de comentários racistas, se tornando assunto na internet. O que tem achado desses debates sobre racismo e da postura deles pela representatividade no reality?
EJ: O racismo é tão enraizado que, muitas vezes, você fala coisas ofensivas e acha que está tudo bem. Não, não está! Vivemos em 2020, já deu tempo de as pessoas se atualizarem, estudarem e olharem para o próximo. Racismo é crime, não tolero. Eu defendo a minha gente. São anos e anos sendo julgados, enfrentando olhares tortos…  Quero ver os meus semelhantes bem. Fiz uma juíza na televisão (na novela ‘O Outro lado do Paraíso’, de 2017) e fiquei muito feliz, porque somos tudo o que queremos ser. Médicos, juízes, doutores, físicos… E nenhum problema em interpretar uma empregada doméstica, porque é um trabalho muito honrado, mas não quero ver meus semelhantes só nessa posição. Vou a festas em que sou a única convidada preta. E todos os outros estão trabalhando como garçons e seguranças. É algo que me faz mal. Sei que só estou ali porque sou atriz de televisão. É importante falar sobre o racismo, debater, questionar… Eu, por exemplo, falo e falarei enquanto nossa sociedade não mudar.

 G: Está sentindo falta do trabalho?
EJ: Muita. Eu amo o que faço. Atuar é uma paixão. É algo que me preenche por completo. Mas entendo completamente o motivo pelo qual não estamos no set. Não têm como a gente contar uma história de amor sem beijos, abraços, apertos de mãos… Tudo o que não podemos fazer agora. Enquanto não podemos gravar, eu tenho estudado. É minha forma de me manter conectada com o trabalho. Farei a segunda temporada de ‘Arcanjo Renegado’ para o Globo Play, então, estou lendo, pesquisando, vendo filmes… Fazendo uma preparação.

G: Está passando a quarentena sozinha? O que tem feito?
EJ: Sim, estou sozinha. Eu e meus cachorrinhos, que são meus companheiros. Sou de Contagem, Minas Gerais, e minha família está lá. Tenho feito chamadas de vídeo para matar a saudade. Tenho visto muitos filmes, séries… Arrumado a casa, cozinhando como nunca, cuidado das minhas cachorrinhas, já dei uma geral e retirei muitos itens para doação. Às vezes, coloco um pagode, um funk para dar uma levantada no astral e danço em casa. Tenho aperfeiçoado o meu inglês e espanhol virtualmente, já que não posso fazer aulas presenciais nesse momento.

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G: O que tem sido mais difícil no isolamento?
EJ: Não poder encontrar as pessoas que amo e saber que tem muitas pessoas por aí passando necessidade. Essa incerteza sobre esse vírus. Não praticar atividade física, tanta coisa…

G: Você cortou o cabelo super curtinho. Uma mudança radical desse jeito já estava nos seus planos?
EJ: Eu propus essa mudança para a personagem de ‘Amor de Mãe’. Estava com vontade de mudar e achava que tinha tudo a ver com a Marina ter o cabelo curto. Ela é uma menina que vive para o esporte e que rala para conseguir o ganha pão dela. Não imaginava Marina gastando tempo dela arrumando um ‘cabelão’. Eu a via com um corte mais prático. Fiz essa sugestão para a direção e eles toparam. Quando toparam, aí morri de medo (risos). Foi uma transformação pessoal cortar os fios, mexeu muito comigo e me fez descobrir muitas coisas sobre mim. Foi uma ideia que tive e que não imaginava o impacto que teria na minha vida e na de tantas outras.

G: Muitas meninas se inspiraram no seu corte. Como é influenciar tantas pessoas?
EJ: Sim, recebi e ainda recebo muitas mensagens de meninas me falando que cortaram o cabelo inspiradas em mim. Olha que responsabilidade! E dividimos o nosso processo juntas. Eu até as reuni e fiz uma gravação só para falarmos sobre essas mudanças que o corte provocou em suas vidas. Foram histórias muito inspiradoras e saber que, de alguma forma, ajudei alguém a se ver bonita do jeito que ela é, isso não tem preço para mim.

G: Pretende manter o cabelo curto após a novela?
EJ: Eu não sei como será porque já tenho um novo trabalho engatilhado e acredito que terei que mudar o visual por causa dele. E para meu trabalho, sempre estou aberta. Mas estou tão apegada ao meu cabelo curtinho… dúvida cruel (rs). Por uma personagem, vale tudo. Mas esse curtinho será sempre especial na minha vida.

G: Como foi parar as gravações de ‘Amor de Mãe’ repentinamente por conta da pandemia?
EJ: Olha, fiquei muito surpresa. Foi uma decisão muito responsável da emissora. Estamos vivendo dias de incerteza sobre esse vírus. Somos privilegiados por trabalhar numa empresa que nos dá essa oportunidade de ficar em casa. Se você tem essa opção, fique. Os profissionais de saúde pedem tanto isso para achatar a curva do crescimento do vírus e fazer com que o nosso sistema de saúde não entre em colapso. Mesmo com o isolamento, já estamos vendo notícias sobre falta de leitos e tantas outras coisas tristes. Retornaremos quando for possível e nossa autora é muito brilhante. Tenho certeza de que ela voltará com muitas histórias para o público.

G: Como está lidando com essa incerteza da retomada da novela?
EJ: É muito complicado lidar com um cenário de incerteza em todos os âmbitos. Não sabemos quando isso tudo passará, mas meu foco está nisso: quero só que acabe essa pandemia. Temos muitas pessoas em situação de vulnerabilidade expostas ao vírus porque precisam sair para conseguir o que comer. Temos reprises no ar, para entreter o público, e eu, em casa, tenho tentando me manter sã. Tem dias de ostracismos, tem dias de ansiedade, mas o principal é estar com saúde. Vamos administrando tudo isso, porque é um cenário novo para todos nós. Não estamos falando do Brasil apenas, mas do mundo inteiro. No outro dia eu vi uma reportagem sobre uma vila na África, se eu não me engano, que só tinha uma torneira para todas as casas. Tem ideia do que é isso? Eu tenho rezado bastante nesses dias. Tenho estado mais reflexiva. E encontrando maneiras de viver agora nesse meu universo particular, que é a minha casa.

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