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assexual
Foto: Reprodução/Pexels

Você já se perguntou qual é o significado da letra A na sigla LGBTQIAP+? A primeira letra do alfabeto se refere à assexualidade, uma orientação que engloba pessoas que não sentem atração sexual ou que até podem ter atração, mas em situações específicas. Ainda há poucas referências em filmes, séries, novelas e livros sobre o tema, mas essa realidade está mudando aos poucos com artistas e autores dispostos a levar o protagonismo assexual às suas histórias. E, Gloria Perez é a mais recente autora a entrar nessa onda.

Dar visibilidade a temas tabus é marca registrada da escritora brasileira e, em seu mais novo trabalho na TV não poderia ser diferente. Em uma das tramas de “Travessia“, novela das nove da TV Globo, Gloria aborda a assexualidade apresentando dois personagens assexuais: Rudá, vivido por Guilherme Cabral, e Caíque, personagem de Thiago Fragoso.

A Rede de Visibilidade e Educação Assexual descreve os assexuais como indivíduos que não sentem atração sexual, ou seja, que não são atraídos sexualmente por pessoas e não têm o desejo de agir sobre a atração por outras pessoas de maneira sexual. “Assim como heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade, a assexualidade é uma orientação sexual. No entanto, ela contempla indivíduos que podem sentir atração romântica, mas não atração sexual”, explica a terapeuta Maristela Jukoski ao GLMRM.

É importante ressaltar, entretanto, que algumas pessoas podem não se encaixar exatamente na descrição convencional de assexualidade, mas ter experiências que a fazem se considerar uma pessoa assexual. Segundo a Ace Community Survey Team, organização que faz pesquisa anual coletando informações importantes sobre a demografia e experiências dos membros da comunidade Ace, a estimativa de prevalência de assexualidade é de uma a cada 100 pessoas.

Jukoski explica que pessoas assexuais não necessariamente sentem repulsa ao sexo. “Eles podem se sentir neutros sobre sexo, ou possivelmente gostar, mas se sentem desinteressados. Assexualidade não é uma escolha como a abstinência”. A terapeuta aponta que é preciso entender que pessoas assexuais também podem manter relacionamentos, se casar e até mesmo constituir famílias — coisas que não podem ser impedidas pelo pouco ou nenhum desejo sexual. “Afinal, quando entramos em um relacionamentos, é por nos sentirmos atraídos pela companhia, intelecto, personalidade e outros aspectos de alguém, e não apenas pelo sexo”, acrescenta.

Tipos de assexuais

Dentro do espectro de sexualidade, há os assexuais restritos, como o Rudá, que não sente atração sexual de jeito nenhum, e os assexuais arromânticos, que não sentem atração sexual e nem romântica por outras pessoas. Também há os assexuais românticos, que não sentem atração sexual, mas podem sentir-se atraídos de modo romântico por outras pessoas.

É o caso da youtuber Thalita Piacentini, que se identifica como assexual bi romântica e é casada. “O termo assexual é um guarda-chuva que tem várias ramificações dentro dele. Eu, por exemplo, sou assexual bi romântica, o que significa que não sinto atração sexual, mas sinto atração romântica por homens e mulheres”, conta em um dos vídeos de seu canal onde explica como se entendeu assexual.

Casada com um homem heterossexual alo, ou seja, que não é assexual, Thalita explica que a dinâmica do casal precisou de muito diálogo e paciência para funcionar, principalmente no período em que passava pelo processo de descobrir sua orientação. “No começo foi muito difícil, mas hoje ele lida da melhor forma possível. Não é algo que atrapalhe o nosso relacionamento e é algo que ele aprendeu a respeitar”, conta ela antes de ressaltar que a chave para uma pessoa assexual ter um relacionamento com alguém não assexual é o diálogo. “A pessoa precisa entender como você se sente e, principalmente, ter respeito.”, finaliza.

Você é assexual?

Mas, então, como saber se você é uma pessoa assexual? Para chegar à uma conclusão é preciso passar por um pequeno processo de autoconhecimento e refletir sobre as suas experiências de vida e sentimentos. Segundo auxilia o site INPA, do Instituto de Psicologia Aplicada, você pode começar se fazendo as seguintes perguntas para tentar se compreender:

“Eu sinto atração sexual por outras pessoas?”, “Me sinto pressionado a gostar de sexo por conta de influências de amigos, familiares, cônjuges e da mídia?”, “Já me forcei a participar de atos sexuais ou românticos para não me sentir inadequado?”, “Sinto que tem algo errado comigo porque não tenho atração sexual como pessoas à minha volta?”, “Posso desfrutar da vida sem necessidade de contato sexual?”, “Sinto que posso me conectar emocionalmente com outra pessoa sem necessidade de sentir atração física ou sexual?”, “O que valorizo em um relacionamento amoroso?” e “Como meu parceiro me vê?”.

Se as suas dúvidas são múltiplas e você tem dificuldade tanto para compreender quanto para aceitar a sua orientação sexual, você pode buscar ajuda psicológica.

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