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Erika Hilton
Foto: Divulgação/Rafa Canoba

Erika Hilton era do tipo de criança que tinha o sonho de ser presidente do Brasil. A aspiração é um caminho difícil para qualquer pessoa mas, para ela, uma mulher trans de Franco da Rocha, município paulista, esse desejo se torna quase impossível. Isso porque na vida de pessoas transgêneros se somam o preconceito, a transfobia, o descaso social e o medo, principalmente no Brasil, que ocupa a primeira posição no ranking de países que mais matam trans (a cada 10 trans mortos no mundo, quatro estão no Brasil, segundo levantamento feito pelo Transgender Europe)

Desafiando todas as estatísticas, Erika se tornou a primeira vereadora trans e negra em São Paulo nas eleições de 2020, e a mulher mais votada no Brasil com 50.508 votos.

Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal e da CPI da violência contra pessoas trans, ela é ainda ativista pelas causas LGBTQIA+, antirracista, feminista e, com certeza, um dos nomes mais importantes na luta pela igualdade. Foi Erika, junto com ativista Indianara Siqueira, que cunhou o termo “transvestigênere”, que une em uma única palavra as identificações trans, travesti e transgênero.

Em live com Joyce Pascowitch, nessa quinta-feira, ela explicou que criar essa expressão foi necessária porque as palavras “travesti” e “transexual” são carregadas de estereótipos: “Chegamos ao pensamento de ‘porque não um termo cunhada de nós para nós que abranja todas essas identidades?’ É uma nomenclatura que não tem estigmas, estereótipo e preconceito. Transvestigênere é toda aquela pessoa que não é cisgênero”, afirma.  

A presença de alguém como Erika Hilton, de apenas 29 anos, na política brasileira atual é muito simbólica: “Eu sentia que era urgente que houvesse na política mulheres iguais a mim. É preciso que minhas companheiras e meus companheiros possam se reconhecer na política, é preciso que a política também seja pautada a partir da vivência e da perspectiva de pessoas negras, trans, LGBTQIA+, indígenas, pessoas com deficiência…”, aponta ela, lembrando que aqueles que fazem parte dos grupos de minorias sociais não querem ser representados na política, mas representarem a si mesmos. “Já é muito tarde nossa chegada na política. Nossa ausência nesse âmbito significa a continuidade de um projeto de morte contra nós, da violência e toda essa barbárie que temos visto contra as pessoas LGTBQIA+”, alerta.

Foto: Divulgação/Rafa Canoba

Seu caminho de luta também é inspiração para que outras pessoas trans possam ocupar os lugares que desejarem. Não é à toa que a vereadora já foi até mesmo apontada pela revista americana “Time” como um dos nomes eleitos para “líder da próxima geração”, entre as 20 jovens lideranças de várias partes do mundo. “Nossa política é uma politica de transformação real e profunda, de forma coletiva, porque só assim acredito que exista uma forma de transver esse mundo da forma como ele está”.

Confira o papo completo de Joyce Pascowitch com Erika Hilton.

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