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Por Ana Fontes

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Crédito: Freepik

Estamos em um novo ano, deixando para trás (tomara!) um dos períodos mais desafiadores e conturbados das últimas décadas. Além da perda de milhões de pessoas queridas e de famílias destruídas, encaramos, principalmente no Brasil, uma severa crise social e econômica, com picos de desemprego, empobrecimento e abandono das classes sociais menos favorecidas.

Dentro desse cenário, as mulheres encararam uma realidade ainda pior. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), durante o período mais crítico da pandemia, as mulheres representavam menos de 40% da força ativa de trabalho. Antes da pandemia, a média superava os 50%. O desemprego deixou sem renda milhões de famílias, boa parte delas sustentadas unicamente por uma mulher. Infelizmente, os desafios das mulheres não ficaram restritos ao mundo externo dos lares. No pico da crise da Covid, uma em cada quatro mulheres de 16 anos ou mais sofreu algum tipo de agressão doméstica no Brasil. Ou seja, mais de 17 milhões de mulheres foram vítimas de agressões físicas, insultos e humilhações. Em sete de cada dez casos, o agressor era conhecido da vítima – cerca de 45% causado por marido, companheiro ou ex.

Embora não possamos mudar fatos, como os números descritos anteriormente, acredito que somos capazes de olhar o futuro e desenhar uma realidade diferente. Outras crises virão, mas aos poucos vamos semeando atitudes construtivas e colhendo resultados positivos. Esse espírito otimista compõe o trabalho da Rede Mulher Empreendedora (RME), plataforma de conteúdo que criei há 11 anos para apoiar mulheres na geração de renda por meio do empreendedorismo e da empregabilidade.

Nesse período, realizamos pesquisas e programas de capacitação técnica e pessoal, conseguimos impactar a vida de 9 milhões de pessoas, muitas delas em situação de vulnerabilidade social. Através de organizações sociais, como a RME, temos conseguido gerar renda para mulheres de todo o país e, consequentemente, devolver dignidade e independência pessoal para elas. Quando uma mulher é dona de seu próprio dinheiro, ela também é dona de sua própria vida.

Recente estudo coordenado pelo Instituto RME, com o apoio da ONU Mulheres, revelou que 34% das mulheres ouvidas pela pesquisa sofreram algum tipo de agressão em relações conjugais. O estudo também apontou que, ao empreender, 48% delas conseguiram sair desses relacionamentos abusivos e violentos.

É disso que estamos falando quando enxergamos o empreendedorismo feminino como uma porta não apenas para a geração de renda, mas também para a segurança da mulher e de seu entorno. Importante ressaltar que quando uma mulher melhora suas condições financeiras, ela investe na educação dos filhos, apoia sua comunidade e seus familiares. Além disso, empreendedoras contratam outras mulheres, que vão reagir a essa melhora da mesma forma, potencializando mais pessoas, criando um circulo positivo.

Por isso acredito que a saída para caminharmos para uma sociedade mais justa e mais inclusiva passa por apoiarmos as mulheres das mais diversas formas, seja empregando, comprando de empreendedoras, apoiando iniciativas (como a RME) que ofereçam oportunidades para que mais mulheres tenham uma vida mais justa e digna.

Ana Fontes é empreendedora social, fundadora da RME e do Instituto RME, Delegada Líder BR W/20G20 e Top Voices Linkedin 2020)

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