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Marcela Scheid
Foto: Paulo Freitas

Com frases que nos fazem parar e pensar, como “quando a gente só mostra o lado bom das coisas, parece que é o único lado que existe” ou “até quando é preciso suportar mais um pouquinho?”, Marcela Scheid virou mania nas redes sociais. Uma espécie de guru moderna, que consegue traduzir em palavras e imagens o que seus mais de 100 mil seguidores/fãs do Instagram pensam e sentem.

Sua arte, um mix de poesia concreta e ilustrações, na maioria das vezes sobre fundo vermelho, trata de temas profundos e de cunho feminista. “A gente reprime muitas questões e as guardamos por muito tempo. Depois de anos de terapia, entendi que a forma como poderia trabalhar tudo o que estava aqui dentro era colocando para fora.”

“Uma mulher que fala o que pensa é um perigo, né? Imagina uma mulher que escreve? A gente precisa de mais mulheres perigosas no mundo e quero ser uma delas”

Carioca que adotou São Paulo como lar, ela confessa que não escolheu ser artista plástica. “Sou designer gráfica, mas a arte sempre esteve na minha vida. Na verdade, foi minha profissão que me apresentou para a arte. Antes da ilustração veio a colagem. Comecei a fazer por hobby, para sair um pouco da tela do computador e trabalhar com as mãos. A palavra também sempre esteve presente. A princípio usava trechos de músicas”, conta Marcela, revelando que desenhar foi um processo difícil pois odiava seu traço.

“Em 2017, fiz um curso de processo criativo e o professor pediu pra que a gente criasse a rotina de ter um sketchbook. Foi assim que consegui me libertar da procura pelo traço perfeito e abraçar de fato o que eu fazia. A escrita foi crescendo junto com o desenho, os dois juntos amadurecendo e assim nasceu o formato atual. O foco na mulher veio depois de muitas leituras. Faz uns cinco anos que só leio obras de mulheres”.

Segundo a artista, a escrita feminina é “diferente e avassaladora”: “Uma mulher que fala o que pensa é um perigo, né? Imagina uma mulher que escreve? A gente precisa de mais mulheres perigosas no mundo e quero ser uma delas”. A seguir, a designer revela algumas preferências:

Foto: Paulo Freitas

Primeira coisa que faço quando acordo.
Sou lenta de manhã, então abro o celular pra ler as notícias do dia enquanto meu corpo vai
despertando.

Meu refúgio é…
a minha casa, o lugar onde me sinto segura.

Leitura obrigatória.
Jamais conseguiria escolher apenas um livro pra indicar. O deste ano é “Escute as Feras”, de Nastassja Martin.

Uma escritora.
bell hooks foi a primeira escritora que li sobre feminismo e me marcou muito.

Na minha cabeceira tem…
meu skincare noturno, um livro e meus óculos de grau.

Não perco um episódio de…
The Marvelous Mrs. Maisel e The Handmaid’s Tale.

Mulheres inspiradoras.
São muitas, mas vou deixar três: bell hooks, Sylvia Plath e Coco Chanel.

Música que ouço no repeat.
“Oblivions”, do The National, sempre que me sinto triste.

Filme da vida.
Lost in Translation, acho que já vi mais de 20 vezes, sei até umas falas de cor.

Peça de roupa favorita.
Qualquer kimono da Neriage.

Mantenho minha sanidade…
fazendo terapia e escrevendo no bloco de notas.

Em casa não entra…
qualquer pessoa que não me faz bem.

Uma cor.
Vermelho, chocante né?

Um cheiro.
De tinta guache fresca.

Marca registrada.
Batom vermelho.

Minha rotina de beleza inclui…
os produtos da Drunk Elephant.

Um hobby.
Assistir vídeos de maquiagem no YouTube.

Não saio de casa sem…
batom, na maior parte das vezes vermelho.

Tenho medo.
De andar sozinha à noite.

Morro de rir…
com meus amigos.

Fonte de inspiração.
Me mantenho inspirada lendo e pesquisando mulheres.

Na geladeira sempre tem…
cerveja.

Viagem inesquecível.
Berlim em 2016, minha primeira viagem completamente sozinha.

Redes sociais.
Vivo uma relação de amor e ódio com elas. Mas a rede social abriu espaço pro meu trabalho e pra mim como artista e escritora. É uma ferramenta importante, porém é preciso saber usar.

Melhor conselho que recebi.
O famoso “durma com isso”, que nada mais é do que se acalmar um pouco antes de tomar qualquer decisão.

Daqui um ano eu gostaria de estar…
expondo fora do Brasil, em Berlim.

Ser feminista é…
me sinto feminista quando me cobro menos e/ou cobro menos uma outra mulher. Empatia,
comigo e com a outra. E é um exercício que pratico diariamente.

Inverno ou verão?
Inverno.

Dia ou noite?
Dia.

Próximo destino.
Chile no Ano-Novo.

Gostaria de ter uma obra de…
Louise Bourgeois, qualquer uma.

Uma frase.
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”, de Clarice Lispector

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