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Remy Savage
Remy Savage || Créditos: Glamurama

Já parou para pensar que o drink que você toma naquele happy hour com os amigos é mais que uma mistura qualquer? Bartenders do mundo todo – incluindo os do Brasil! – quebram a cabeça para conseguir combinações únicas e autorais que cabem num copo e aguçam o paladar de quem busca algo que vai além do básico. A segunda edição do Sapphire World’s Most Imaginative Bartender, que tem como objetivo descobrir mentes criativas no mundo da coquetelaria, começa nesta segunda-feira em São Paulo e trouxe para cá o mixologista Remy Savage, chef de bar do Little Red Door de Paris. Savage está no Brasil a convite da Bombay Sapphire para participar de uma das etapas do campeonato e Glamurama aproveitou a passagem dele por aqui para bater um papo com ele, que ganhou o título em 2014 ao apresentar um cocktail composto de Bombay e papel.

Glamurama: Você ganhou o título de “Most Imaginative Bartender” em 2014 ao criar um drink com papel. Como chegou a essa ideia e de onde tira suas pesquisas?
Remy Savage: “Quando a competição começou, em 2014, não tivemos muito tempo e precisamos criar um drink em apenas dois dias. Visitamos a destilaria da Bombay – a visita era para nos inspirar, e foi o que aconteceu. Funcionou no prédio, no passado, uma fábrica de papel e o cheiro era inconfundível, como se estivesse numa antiga livraria. Ao criar meu drink eu quis trazer o passado e o futuro para o copo, parece que consegui. Sempre estou de olhos abertos para o novo, novos sabores, texturas. Ser curioso e não ter medo de arriscar também faz toda diferença.”

Glamurama: O que você acredita ser necessário para ganhar o Most Imaginative Bartender?
Remy Savage:
“É preciso se desafiar a ser criativo. Não há algo que você possa fazer e o que não possa. Quando você quer e acredita, só resta tentar. Quebrar hábitos, sair da rotina e fazer mais com o mesmo, ser o mais criativo possível dentro do seu limite. Sei que às vezes a rotina de um bar ou restaurante não permite tantas inovações, mas quando vou para cama, prestes a dormir, penso em combinações, sabores, gostos. E essas coisas podem acontecer paralelamente ao seu trabalho no dia a dia.”

Glamurama: E o quanto importante é essa competição, na sua opinião, para bartenders do mundo todo?
Remy Savage:
“Essa competição é uma ótima plataforma para mostrar o trabalho mais autoral de um bartender, que trabalha seis dias da semana num bar ou restaurante, às vezes fazendo apenas mais do mesmo, sem aguçar sua própria criatividade. A graça do MIB é que você pode se soltar e criar algo de que gosta, que te inspira. Se você está criando algo realmente bacana, único e diferente, essa plataforma, como fez comigo, é como um megafone, onde irão te escutar querendo ou não. Talvez essa não seja a ferramenta ou o local para te tornar o melhor do mundo, mas haverá pessoas de olho no que você está fazendo de diferente.”

Glamurama: Nesta sua primeira vez no Brasil, como o país te inspira quando o assunto são drinks?
Remy Savage: “Não me vem muita coisa na cabeça em termos de sabores, mas sim de momentos. Se comparar o hábito dos franceses com o dos brasileiros, quando o assunto é um drink, gosto de pensar que ambos adoram tomar um bom drink durante o dia, ao ar livre. O drink mais icônico do Brasil pra mim é a caipirinha e sei que essa bebida está sempre acompanhada a bons momentos, amigos e festas.”

Glamurama: Quais são as suas apostas de combinações e ingredientes para o verão 2018?
Remy Savage:
“Não acredito na ideia de ‘tendências para drinks’, mas sim de particularidades, como experiências completamente diferentes ao drink comum. Oferecer experiências na hora de beber é o que acredito, não em um ingrediente ou outro. Esse modo de pensar é mundial e cada vez mais os bares e restaurantes estão entrando nessa onda. Dez anos atrás, as pessoas estavam tomando vodka com Coca-Cola, isso já não é tão comum, porque há um novo prazer no ato de beber, um prazer associado a uma descoberta. Acredito também na força da regionalidade, em que podemos usar produtos regionais para deixar qualquer bebida ainda mais nobre. Eu provei caju e adorei, que fruta deliciosa, se morasse no Brasil eu transformaria essa fruta na queridinha do momento.”

(Por Matheus Evangelista)

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