A próxima residência de Meghan Markle e do príncipe Harry tem um histórico que inclui uma grande injustiça para muitos britânicos. Como foi anunciado na semana passada, o casal deverá se mudar no começo de 2019 para a Frogmore Cottage, nos arredores do Castelo de Winsdor. Atualmente eles vivem na Nottingham House, um dos apartamentos do Palácio de Kensington, que fica em Londres, e no qual também vivem Kate Middleton, o príncipe William e seus herdeiros.
No caso do próximo endereço de Meghan e Harry, cuja construção data do século 17, foi nele que viveu durante anos Abdul Karim, um indiano selecionado a dedo pela rainha Victoria para assessorá-la pessoalmente. A relação da monarca que reinou entre 1837 e 1901 e seu fiel escudeiro sempre foi polêmica, sobretudo em razão da cor da pele dele. Há inclusive um filme sobre isso: “Victoria & Abdul”, lançado em 2017, com Judi Dench e Ali Fazal nos papeis principais.
Voltando à Frogmore Cottage, que recentemente passou por uma reforma orçada em £ 1,4 milhão (R$ 6,9 milhões), o local foi invadido por soldados britânicos momentos depois do sepultamento de Victoria, em 4 de fevereiro de 1901. Eles baixaram lá a mando do novo rei Eduardo VII, que nunca gostou de Karim, para praticamente prendê-lo e ainda o forçaram a entregar todos os presentes caros e as cartas recebidas da lendária rainha, em seguida queimadas em sua frente.
Consta que em uma das correspondências Victoria determinou que o chalé deveria ser transferido para o nome de Karim após sua morte, o que caracterizaria um testamento – no Reino Unido, tudo que é um soberano escreve pode ser considerado como lei -, porém a destruição do documento impediu isso. Na época com 38 anos, Mushi (como ela o chamava) acabou sendo deportado para Agra, sua terra natal na Índia, com uma mão na frente e outra atrás. (Por Anderson Antunes)
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