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Jeremy Strong
Foto: Divulgação/HBOMax

Quem ainda está impactado com o final de “Succession” talvez não saiba da polêmica envolvendo o ator Jeremy Strong, que interpreta o complexo Kendall Roy. A turma da internet trouxe à tona uma entrevista que ele deu à revista The New Yorker, em 2021, revelando ser adepto do Método de Interpretação para o Ator, ou simplesmente Método, como é conhecido no meio artístico, que leva as pessoas ao extremo para se identificarem com seus personagens, ou para “entrar na cabeça deles”. Na época, Strong abordou pela primeira vez seu torturante processo para interpretar o magnata da mídia e, desde então, carrega o rótulo de “ator do método”. Desenvolvido nos palcos de teatro de Nova York, nas década de 1930 e 1940, essa “escola” de atuação é uma variante do Sistema Stanislavski e trabalha para que o ator mergulhe na psiquê do personagem.

“Acho que você precisa passar por todos os tormentos que o personagem vai enfrentar”, declarou ele à revista Jeremy, que também admitiu ter dado trabalho à equipe da série por se isolar dos colegas e, às vezes, se recusar a ensaiar: “para que toda cena desse a impressão de que eu estava encontrando um urso no bosque”. Tudo em nome da arte.

Jeremy Strong em Succession. Divulgação/HBOMax

Nem precisa dizer que a tal técnica não agradou seus colegas de cena. Kieran Culkin (Roman Roy) e Brian Cox (Logan Roy) manifestaram suas preocupações na mesma matéria, mas reconheceram o resultado alcançado com o método como “tremendos”. “Me preocupei com as crises que ele enfrentou durante a preparação. Já trabalhei com atores intensos antes. É uma doença particularmente americana, eu acho, essa incapacidade de se distanciar enquanto está fazendo o seu trabalho”, disse Cox, treinado pelas escolas clássicas de atuação.

“É realmente um choque cultural”, declarou Cox, que é escocês, à revista Variety. “Não suporto essa ‘coisa’ americana. Desculpem. Aquela coisa de ‘penso, logo sinto’. Faça apenas o trabalho… não se identifique.”

Nem aí para as críticas, Jeremy Strong defende suas escolhas: “Vou me ajustar ou comprometer a forma como trabalhei toda a minha vida e aquilo em que acredito? Não tive um pingo de dúvida a respeito. Vou continuar fazendo tudo o que for preciso para oferecer o que quer que seja.”

O criador da série, Jesse Armstrong, falou sobre a cena final de Succession, improvisada por Strong, em que Kendall escala a grade do rio: “Fiquei apavorado. Fiquei com medo de que ele pudesse cair e se machucar. Ele não parecia que iria pular. Quando você filma há muitas avaliações de saúde e segurança feitas com antecedência, e esse não era nosso plano naquele dia.” Armstrong acrescentou que “se estivéssemos pensando nisso, teríamos barcos e homens-rã e todos os tipos de medidas de segurança, mas não tínhamos”.

Em entrevista com Anderson Cooper, da CNN, sobre improvisar a cena em que seu personagem luta para não ganhar o controle do império de mídia de sua família, Strong justifica: “Tentei entrar na água”, contou o ator. “Uma das coisas incríveis sobre trabalhar em algo por sete anos… é que seus instintos para a coisa se tornam parte de você e estão muito vivos. Seu trabalho é dar coragem e coragem ao escritor e… fazer acontecer”.

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