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“Meu Pedacinho de Chão”, próxima novela das seis da Globo, é mais uma tentativa da emissora de recuperar os antigos índices de audiência, depois da mal sucedida “Além do Horizonte”, para citar apenas uma. Arriscada, a fórmula inovadora combina o universo lúdico com uma mensagem social com a ajuda de arquétipos como a professorinha de cabelo rosa e o coronel malvado.  Uma cidade cenográfica que é pura fantasia, figurinos com um quê de teatro infantil… Tudo é muito caprichado. Mas vai dar Ibope? É a pergunta que não quer calar… Então a fizemos para Benedito Ruy Barbosa, autor da trama, e Luiz Fernando Carvalho, o diretor.

* “Tenho 83 anos e fiz 34 novelas. Sei quanto custa dar um texto nas mãos erradas. Ter que trocar de mão para salvar uma obra… E toda vez que deixei o Luiz Fernando fazer como quisesse, eu saí lucrando, como em ‘Renascer’ ou ‘Rei do Gado’. Por isso, pedi para que fosse ele o diretor. Está um alvoroço danado com essa novela. Ou vai ser um sucesso daqueles, ou um fracasso. Mas pela reação dos amigos e inimigos e pela qualidade final que esse caboclo está entregando… E tem mais: essa audiência tão temida é muito fajuta. Podem estar medindo na TV da sala, mas a casa tem mais dois aparelhos, ligados em canais diferentes. Só não publique isso porque pode me criar um caso desgraçado”, brincou Benedito. “Como eu já escrevi todos os capítulos, vou só torcer, mas o problema é todo do Luiz. Eu já fiz novela aqui que dava 68, 70, 73 de audiência. O dia que caiu pra 59 ele – não vou nem citar nome – me ligou: “Porra, deu 59!’ Quando deu 73 ninguém telefonou… Quer saber? Audiência é um problema da emissora”, completou.

* Com a palavra, Luiz Fernando: ” Eu tenho um grupo excelente de artistas na frente e atrás das câmeras. O Antônio Fagundes, por exemplo, está fazendo quase um clown. É tudo fluido, sem esforço. A gente lida com o processo industrial, mas mantem a criação. Pra mim, esse trabalho é da ordem do espiritual, lida com sensibilidade. Sim, é uma aposta de coragem da empresa, um formato novo, com liberdade criativa. É uma novela diferente, atípica. São menos capítulos, o elenco é enxuto, o cenário está sempre lá. Não temos que montar e desmontar. Se um ator quiser refazer a cena, refaz. É mais fácil. Mas pra mim a responsabilidade é a mesma de uma novela das oito. Tenho que entregar um conteúdo de excelência para um país tão carente de qualidade de informação. Tem crítica social e à questões políticas. Esse microcosmos que vamos mostrar nessa história atemporal no fundo representa o Brasil. Vamos passar uma mensagem importante. Audiência? Até devo ter alguma preocupação com isso em algum canto. Mas o valor do meu trabalho é humano. Tenho o mesmo orçamento que os outros diretores.”

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