Assim como aconteceu com os organizadores do Festival de Cannes em maio, os responsáveis pelo Festival de Veneza estão sendo duramente criticados por não terem incluído mais diretoras no lineup da 76a. edição do evento cinematográfico, que começa no próximo dia 28 de agosto e se estende até 7 de setembro. Entre as 21 produções que serão exibidas nesse ano no principal circuito do festival, apenas duas foram dirigidas por mulheres – são elas “Babyteeth”, de Shannon Murphy, e “The Perfect Candidate”, de Haifaa Al-Mansour, ambas ainda sem título em português.
Diretor do Festival de Veneza, Alberto Barbera disse em entrevista ao “The Hollywood Reporter” que o objetivo da maior mostra de cinema da Itália e uma das maiores da Europa “é prestigiar obras de arte, e não as pessoas que as criam”, mas a declaração não pegou muito bem e só fez aumentar as críticas.
Pra piorar as coisas, a produção escolhida para fechar os trabalhos em Veneza foi “An Officer and a Spy”, o novo filme de Roman Polanski, acusado há décadas de ter estuprado uma menor de idade. Sem falar que o novo longa de Woody Allen, outro que é alvo de acusações de crimes sexuais, quase entrou na lista de selecionados pelo festival desse ano. Ao contrário de Hollywood, que se adaptou rapidamente aos tempos pós-#MeToo e Time’s Up, os profissionais da sétima arte no velho continente continuam negando a nova realidade da indústria. (Por Anderson Antunes)
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