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LONDON, ENGLAND – SEPTEMBER 26: Artist David Hockney poses in front of The Queen’s Window, a new stained glass window at Westminster Abbey he designed and which was created by Barley Studio York, as it is revealed for the first time on September 26, 2018 in London, England. The window – the artist’s first work in stained glass – reflects the Queen’s love for and connection with the countryside. (Photo by Victoria Jones – WPA Pool/Getty Images)
David Hockney em frente a uma de suas obras, “The Arrival Of Spring in Woldgate, East Yorkshire in 2011”, durante mostra no Centre Pompidou em 2017 || Créditos: Getty Images

Antes que o ano acabe, precisamos falar de David Hockney. Ele ultrapassou Jeff Koons e se tornou o artista vivo mais valioso da história. Em uma disputa de 10 minutos por telefone, a icônica tela pintada por ele em 1972,  “Portrait of an Artist”, foi arrematada durante leilão na Christie’s, em Nova York, por US$ 90,3 milhões, um recorde. E a casa de leilões anunciou a venda de mais uma de suas obras. Desta vez a disputa será em torno de “Henry Geldzahler and Christopher Scott”, retrato feito em 1969 com valor estimado em US$37,7 milhões.

Tela “Portrait of an Artist”, criada em 1972 por David Hockney, arrematada em Nova York por US$ 90,3 milhões || Créditos: Divulgação

Em 2017, a Tate Modern em Londres dedicou uma grande retrospectiva a Hockney por conta de seus 60 anos de arte e 80 de vida. Considerado um dos artistas britânicos mais influentes do século 20, Hockney é pintor, desenhista e fotógrafo. Em todos os seus trabalhos é nítida sua obsessão pela duplicidade: lados diferentes dos quais se pode observar a mesma coisa, levando a pensar como vemos o mundo e como ele pode ser capturado em duas dimensões. O fio condutor de suas criações sempre foi representar o mundo, independente da técnica usada. Há alguns anos ele tem o iPad como seu novo instrumento de trabalho, usado como uma paleta para colagens, desenhos e esboços.

Natural de Yorkshire, Inglaterra, ele nasceu no dia 8 de julho de 1937, mesmo ano em que Pablo Picasso pintava Guernica e que nascia, no Rio, Helio Oiticica. Ele frequentou o Bradford College of Art e o Royal College of Art, onde conheceu o artista americano R.B. Kita (1932-2007). Enquanto ainda era estudante fez parte do grupo de artistas que anunciava a chegada da pop art na Inglaterra.

Nos anos 1960 a carreira de Hockney começou a decolar: visitou Nova York em 1963 e se aproximou de Andy Warhol, de quem todo mundo das artes queria ser amigo na época. Na mesma década, mais emoção: mudou-se para Los Angeles e, em 1967, ganhou o prêmio John Moores com a pintura “Peter Getting Out Of Nick’s Pool”. Dez anos mais tarde, voltou a Yorkshire, onde focou na fotografia registrando as paisagens do local. Abaixo, Glamurama lista as 8 curiosidades sobre o artista mais valioso em vida da história.

David Hockney em Los Angeles, em 1987 //Anthony Barboza/Getty Images

1 – Tímido por natureza, Hockney ama Los Angeles, onde vive até hoje. A razão disso? A privacidade que tem na cidade, já que pouca coisa se faz a pé por lá, e ele pode ir de um lugar para outro sem ser “rastreado” como seria ao andar pelas ruas em cidades como Nova York ou Londres.

2 – Hockney é homossexual e sempre lidou de forma peculiar com sua escolha sexual. Em entrevista à “Esquire” em 2016, falou: “Eu sempre soube que era gay, mas sei que se trata de uma minoria. Então, se é uma minoria, você tem que ser tolerante.(…) Vejo a forma como a homossexualidade é atacada pela simples razão de que a maioria das pessoas que têm um filho querem um neto.”

3 – Com graves problemas de audição (ele herdou este problema de seu pai e nos últimos 40 anos passou a usar aparelhos auditivos potentes), o artista parou de ir a aberturas de exposições. O motivo? “Pessoas com boa audição não são simpáticas com a pessoas que não ouvem bem. Elas não entendem que você não está apenas perdendo volume, você está perdendo a capacidade de desligar o ruído de fundo para se concentrar em algo. Em uma abertura de arte, não consigo ouvir a pessoa falando comigo, apenas ouço todos os sons.” Segundo ele, a perda de audição ajudou a aguçar sua pintura, dando a ele uma sensação aprimorada de espaço e perspectiva.

4 – Justamente por não suportar ambientes muito barulhentos, Hockney nunca foi muito de festas. Apesar de fazer parte da cena artística de Nova York dos anos 60/70, não gostava do Studio 54 por causa do som muito alto. Talvez por isso também nunca tenha tido muito contato com drogas.

5 – Fumante há mais de 60 anos, ele não pensa em parar. “Eu fumo a 62 anos, então por que parar agora? Picasso fumou e morreu aos 91 anos. Matisse fumou e morreu aos 84 anos. Monet fumou e morreu aos 86. O que eles pensam sobre isso?”

6 – Apaixonado pelo que faz, se diz um trabalhador e não vê divisão entre dia de semana e fim de semana, tendo passado muitas horas consecutivas em pé pintando.

7 – Talvez uma de suas declarações mais polêmicas é justamente relacionada ao preço de obras de arte. Também em entrevista à “Esquire” ele disse: “O preço da arte é tão ridículo atualmente que eu apenas presumo que é dinheiro de drogas. Porque esse dinheiro não está em caixas de papelão na Colômbia, está sendo investido.”

8 – Nos anos 90 Hockney recusou o título de cavalheiro britânico deixando claro que não se importa com esse tipo de condecoração. A recusa se tornou pública apenas em 2003, quando foi publicada pelo “The Sunday Times”. Em 2012, quando a rainha Elizabeth o nomeou membro da Ordem ao Mérito, título restrito a apenas 24 pessoas, ele não teve escapatória a não ser aceitar. Em outubro, chegou a vez dele retribuir: criou um vitral para a Abadia de Westminster para comemorar o 65º aniversário do reinado da rainha.

David Hockney em frente ao vitral que criou em comemoração ao 65º aniversário do reinado da rainha, na Abadia de Westminster || Créditos: Getty Images

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