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Lupita Nyong’o, Chadwick Boseman e Letitia Wright, do elenco de “Pantera Negra” || Créditos: Reprodução
Lupita Nyong’o, Chadwick Boseman e Letitia Wright, do elenco de “Pantera Negra” || Créditos: Reprodução

Filmes de ficção científica sempre foram alvos de críticas por causa da diversidade racial baixíssima que apresentam em suas tramas, nas quais os heróis são sempre homens brancos e os negros, quando ganham papéis, os vilões. Mas o filme de maior faturamento do ano até agora, o megahit “Pantera Negra”, com US$ 1,3 bilhão (R$ 4,7 bilhões) em ingressos vendidos mundo afora desde a estreia, em fevereiro, pode ter sido o estopim que faltava para mudar esse cenário desanimador da indústria cinematográfica dos Estados Unidos.

Dirigo por Ryan Coogler, a superprodução baseada no super-herói da Marvel calou a boca de muita gente em Hollywood que defendia a ideia de que longas de orçamento generoso só podiam ser estrelados por atores brancos do primeiro escalão de lá, sendo que a oportunidade raramente é concedida a afrodescendentes: Will Smith, com
quase US$ 7 bilhões (R$ 25,2 bilhões) em bilheterias atrelados ao seu nome, é um dos primeiros nomes que vem à cabeça e que fogem da regra. Mas “Pantera Negra” com seu elenco principal composto quase que totalmente de negros, provou que isso não é verdade.

Ainda assim há muito o que transformar. Um estudo citado nesta semana pela “BBC” apontou que apenas oito dos 100 filmes de maior sucesso comercial nos EUA, em 2014, tinham atores não-brancos na trama central, dos quais seis foram protagonizados pelo próprio Smith. Os responsáveis pelo levantamento consideraram isso como um paradoxo, já que geralmente histórias de ficção científica se passam no futuro e a terra do cinema tem cada vez mais clamado por uma maior inclusão racial, seja na telona ou nos bastidores.

O tema está mais em alta do que nunca e trouxe de volta o termo “afrofuturism” (ou “afro-futurismo”), divulgado por Mark Dery. Uma espécie de versão afro do #MeToo, o movimento tem até uma rainha não-oficial: a cantora e atriz Janelle Monáe, que com seus videoclipes futuristas de estética radical sempre aborda a questão e, por isso, se tornou uma das maiores ícones hollywoodianas negras do momento. “Eu sou o afro-futurismo, nós somos…”, a estrela diz em um novo filminho promocional do Spotify. “[É uma força envolvendo todos que] veem pessoas negras como parte do futuro”. (Por Anderson Antunes)

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Dá um play aí embaixo pra assistir o clipe que Janelle Monáe gravou para o Spotify:

https://www.youtube.com/watch?v=ev2ceTuq8l4

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