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O encontro de “Belíssima” nos Estúdios Globo e cenas da novela || Créditos: Glamurama e Reprodução
O encontro de “Belíssima” nos Estúdios Globo e cenas da novela || Créditos: Glamurama e Reprodução

“Belíssima” vai voltar no “Vale a Pena Ver de Novo”, 13 anos depois, no lugar de “Celebridade”. Quem não lembra de Bia Falcão e seu bordão “pobreza pega”?

“Talvez será a novela de estética mais contemporânea que vai estar no ar. ‘Com licença’ aos que estão no ar. Mas é verdade. Não estou falando um absurdo e não tenho medo de dizer o que eu penso”, confessou Fernanda Montenegro, a dona do papel, em um encontro organizado nos Estúdios Globo, no Rio, nessa quarta-feira para comemorar a reprise. “Não é que as que estão no ar não estejam bem, mas essa tem 13 anos… Essa qualidade de direção, atuação, figurino… Que bom que a gente fez essa novela! Como se fazia uma novela há 13 anos? E os jovens que entraram são hoje de grande qualidade, avançaram, conquistaram um espaço real. Me deu uma felicidade real de estar aqui. Não é uma coisa requentada só para sustentar um horário. Não quer dizer que não exista nada melhor na casa, mas estamos no mesmo pé que o melhor da casa, como se a gente estivesse estreando no ‘Vale a Pena Ver de Novo'”, resumiu a veterana.

Com a palavra, Marina:

“Foi meu segundo trabalho na TV. Eu tinha feito ‘Começar de Novo’, uma novela das sete, mas eu não falava, fazia papel de um anjinho. Passei sete meses esperando uma fala que não veio… Quando me chamaram para o teste, eram mais 200 meninas. Eu estava com 10 anos e já sabia que era isso que queria fazer da minha vida, isso que iria me fazer feliz. Poder estar com os atores que eu estava foi muito emocionante (e a voz da atriz fica embargada). Tive a oportunidade de contracenar com a dona Fernanda, com a Claudia Abreu, Tony Ramos, Gloria Pires. Passei um mês gravando na Grécia. Foi muito especial e marcante na minha vida. Inesquecível! Pude aprender muito sobre dedicação e concentração no set… Eu ficava muito impressionada com aqueles professores na minha frente. Foi uma oportunidade única e sou eternamente grata por terem me acolhido…”

“Eu estava na escola ainda, era uma criança. Apesar de sentir que queria isso pra minha vida, era mais na intuição, me divertir fazendo… Que também é o segredo de tudo pra sempre. Mas eu não tinha técnica nenhuma nem estudo para aquilo. Tentava me conectar com o que estava acontecendo com aqueles atores incríveis ao meu redor, com a direção. Nunca vou esquecer de uma cena muito marcante pra mim, que a Denise Saraceni estava dirigindo. Era uma briga e a Fernanda mostrava um video sobre a personagem da Claudia Abreu, do passado dela… e a dona Fernanda caiu… A Cacau na hora daquele desespero, da fúria, foi pra cima, a dona Fernanda se desequilibrou e mesmo assim a cena não parou. E a Fernanda, brilhante, continuou, levantou… ‘Vamos continuar!’ Aquilo foi mágico pra mim e me marcou muito, eles tão entregues ao que estava acontecendo e o jogo continuando, o baile seguindo.”

Gianecchini: uma chance importante

Reynaldo Gianecchini interpretava um mecânico e fez um bem sucedido par romântico com Claudia Raia. “Estava estudando nos Estados Unidos, brincando pela primeira vez de não ser galã, que foi como eu estreei. Lá ninguém me olhava como galã, me davam papeis diferentes. Com a sincronicidade linda do destino, o Silvio de Abreu [autor] me chama: ‘Tem um personagem pra você, e é de comédia’. Primeiro eu achei ele um louco de acreditar em mim pra isso. Eu nem sabia se eu podia fazer. Estava me divertindo nas minhas aulas, mas na frente de milhões é outra coisa… Aceitei porque eu aceito o que ele me chamar, até pra servir cafezinho. Eu estava muito bem amparado por toda essa equipe, mas tinha um perigo. Achava que não dava pra fazer normalzinho, que era um papel com muitas tintas. E na TV é tudo muito duro, não dá pra criar tanto. Foi um desafio enorme. Pensava: ou a minha carreira vai acabar agora e nem ‘Zorra Total’ vai me querer, ou de repente vai abrir um caminho novo pra mim aí… E abriu!”

“Meu personagem ficava 99 por cento do tempo na oficina, na cidade cenográfica. Só eu, o Jamanta [que foi ‘ressuscitado’ de ‘Torre de Babel’] e a personagem da Claudia… Eu assistia todo dia à novela pra poder acompanhar o resto… E cada cena minha demorava três horas pra fazer porque era feito como cartoon”.

Cauã Reymond: feijão quente em Lima Duarte

“Quando fui fazer Belíssima, pensei: vou malhar, né? Vai ficar pequeno pra mim. Então vou malhar porque assim vou ficar pelado lá de cueca vermelha e vou estar com o corpinho legal… Eu contracenava muito com a Vera [Holtz], apesar da Fernandona ter me roubado no final, mas foi um ano da Vera me pagando meus programas… E eu perguntava pra Vera como eu estava me saindo como ator, ela só falava que eu estava ótimo. Até que eu enchi tanto o saco que ela disse: ‘Quer saber? Vou te falar, senta aí’. Fiquei com os olhos desse tamanho e ela me falou um monte de coisa importante que eu sigo até hoje. Além de agradecer ao Silvio e a Denise, agradeço também a você, Vera”.

“Teve um ator que me sacaneou no início da novela… Falou: ‘Você veio da ‘Malhação’, né? Consegue andar e falar ao mesmo tempo?’ Não vou falar quem é… Respondi: ‘Consigo, graças a Deus'”… Está onde esse ator agora? ‘Ah, hoje é colega, é amigo. Eu perdoo”. Denise Saraceni interrompe e comenta: “O bullying ajuda”.

“A gente às vezes ficava perdido no jogo da Irene Ravache e do Lima Duarte [avós dele e de Paolla Oliveira na trama], um jogo tão intenso, e eles ninjas. E ela era carinhosa. Falava depois com a gente. Às vezes você não é abraçado no trabalho. Uma vez cheguei numa novela e falei: “Vô!” E aí o ator: ‘Não, você não vai me chamar de vô, não’. Em ‘Belíssima’ foi o contrário, fui muito abraçado… ” Irene confirma: “Eles me chamavam de iaiá, que é avó em grego, fora de cena também e eu achava muito bonitinho”.

Cauã continua: “E eu joguei feijão no Lima! Lembra, Lima? Quando descobriram que eu era garoto de programa. Fiquei tão nervoso na cena. Quando acabou, eu tinha cortado meu dedo, tinha sangue no cenário e eu joguei o feijão, que estava quente, no Lima. Joguei feijão no Lima!”

Paolla Oliveira: “o quanto foi maneiro chegar até aqui”

“Foi meu primeiro trabalho e eu realmente não sabia o que ia acontecer. Aí o Silvio me encontrou e disse: ‘Vou dar mais coisa pra você! Você tá indo bem… ‘ Minha perna tremeu. Logo em seguida, essa deusa, dona Fernanda, me encontrou no camarim depois de uma cena com o Cauã, que tinha um embate, e falou: ‘Você fez um cena muito linda ontem, parabéns’. Me elogiou! E eu paralisada mais uma vez. Sabe essas pequenas coisas? Tenho uma carreira curta ainda, mas quando olho pra trás, é tão grande já. Tive encontros tão lindos. Uma novela moderna até hoje. A gente aprendeu tanto. A gente vê o quanto ainda pode aprender e o quanto foi maneiro chegar até aqui. Só tenho a agradecer, desde os testes”.

“Quando soube que seria reprisado, pensei: nossa, será que vou me criticar muito? E o Cauã me falou uma coisa ótima… ‘A gente já tem um tempo considerável de carreira, a gente já se perdoa’. E é verdade. Não tudo, mas você vai aprendendo que faz coisas muito legais e que tem que ter orgulho do que evoluiu de lá pra cá. Essa família com Claudia Raia, Irene Ravache, seu Lima… Não tinha como não melhorar. Eles eram muito grandes, e a gente ficou grego no embalo deles, começou a falar grego, quebrar coisa, ficar dramático. Eu andava como a Safira [papel de Claudia]. Lembro que eu chegava a ir em estúdios que não eram os meus só para assistir…” (por Michelle Licory)

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