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Maria Casadevall || Créditos: Yuri Sardenberg + Ana Monteiro

Maria Casadevall comemora a estreia do longa “Mulheres Alteradas”, em que ela interpreta Leandra, paulistana baladeira que passa pela crise dos 30, com desejos de ter uma vida mais pacata como a de sua irmã Sônia, personagem vivida por Monica Iozzi. Para ela, o longa dirigido por Luis Pinheiro representa uma nova proposta para se fazer comédia no Brasil. “O filme propõe um cinema autoral que é fiel a comédia, ao tempo, que propõe novas possibilidades, como por exemplo, o plano sequência.” Glamurama conversou com a atriz sobre cinema, seu papel na próxima série da Globo, “Ilha de Ferro”, em que faz par romântico com Cauã Reymond, o combate ao machismo e ainda um manual de posicionamento das redes sociais, onde a gata tem mais de três milhões de seguidores. Vem!

Maria Casadevall como Leandra em “Mulheres Alteradas” || Créditos: Divulgação

Glamurama: O roteiro de “Mulheres Alteradas” é ótimo! De que forma interpretar Leandra mexeu com você?
Maria Casadevall: “Sempre mexe muito, mas, pelo fato de ser uma comédia e de não ter uma abordagem muito profunda, as trocas são menos dolorosas. De certa maneira existe um diálogo muito fluido entre mim e as personagens que eu faço, e eu sempre me dôo muito a elas, que por sua vez também me doam muita coisa. Apesar de Leandra não ter exigido tanto assim de mim, o fim desse processo me deixou exausta, vazia. Preciso me reconectar comigo mesmo.”

Glamurama: Você também estreia em breve em “Ilha de Ferro”, supersérie da Globo. O que podemos esperar de Julia Bravo, sua personagem? 
Maria Casadevall: “Julia é uma engenheira de petróleo que começa a série assumindo um cargo de responsabilidade máxima dentro de um universo extremamente masculino e machista. Com essa promoção, entro diretamente em conflito com o personagem de Cauã Reymond que, por um plano de carreira, seria a pessoa mais próxima a ocupar tal posto. Além dessa tensão profissional há também uma tensão sexual entre os dois, que se envolvem afetivamente mas sem essa conotação novelesca de romance. O roteiro reflete bastante os conflitos da vida real menos romantizados. Na sequência, a série toda fala sobre a vida de cada pessoa que trabalha nesse ambiente, onde ficam embarcadas durante vinte dias e depois mais vinte dias em terra, e tudo se repete, e acabam construindo vidas duplas: tem um casamento em terra e vive histórias de amor e afetivas na plataforma no meio do mar.”

Glamurama: O posicionamento feminista que você tem em sua vida a ajudou a receber convites para estes papeis? 
Maria Casadevall: “Claro que a maneira como a gente se coloca como artista influencia os convites que recebemos. Já a série sim, tem bastante a ver com a forma como eu me coloco. A Julia tem muito de mim. Concordo com várias ideias e com o posicionamento dela.”

Glamurama: O que falta para que o machismo seja combatido? 
Maria Casadevall: “O machismo está presente todos os dias e, conforme a gente vai enfrentando e apresentando formas de combatê-lo, ele vai se modificando, se adaptando e se apresentando de outras maneiras. Acho que são várias frentes de batalha, mas batalhas de afeto, diálogo e entendimento. Mais  interessante do que pensar se o machismo vai acabar ou já acabou é pensar que ele acaba um pouco todos os dias com lutas diárias – algumas a gente ganha, outras não.”

Glamurama: Nos bastidores da TV este cenário tem melhorado?
Maria Casadevall: “Sem dúvida. O comportamento tem se transformado e gerado um incômodo, o que é próprio de um período de mudança e que aponta que os caminhos estão sendo alterados.”

Glamurama: Uma denúncia não comprovada também pode se tornar um linchamento social… 
Maria Casadevall: “Sim. A internet é uma ferramenta que a gente está descobrindo ainda qual a melhor maneira de utilizá-la. Ela tem trazido muitos bônus e também muitos ônus. Acho que faz parte desse processo de aprendizagem.”

Glamurama: Qual é seu critério para suas postagens?
Maria Casadevall: “Eu não tenho muito critério, na verdade. Posto o que realmente é urgente para mim. Não conseguiria postar outra coisa que não fosse exatamente aquilo que quero falar. Para mim, a maneira mais correta de se colocar é sendo honesto aos nossos princípios e não colocando um ponto de vista de maneira autoritária, como se fosse verdade absoluta, mas sim aberto ao diálogo e provocando a reflexão.”

Glamurama: Acredita que essas mudanças físicas também são importantes para a auto estima? Como equilibrar Aceitação X Ditadura da beleza?
Maria Casadevall:
“Acho que sim, mas desde que seja uma consequência de outras mudanças internas. Padrões de beleza têm sido cada vez menos impostos pela sociedade, mas, em contrapartida, outras formas de tirania vêm surgindo. Hoje você não tem que ser só a bonita, mas inteligente, competente, uma mulher f%d#. Me incomoda a maneira como temos que estar sempre provando alguma coisa. Não tenho que provar nada pra ninguém, tenho que ser o que eu sou. A partir do momento que você entende isso, deixa de surfar na onda dos imperativos.” (Por Julia Moura)

 

 

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