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Além de não ter o efeito desejado, o uso de suplemento, medicamento e produto tópico pode colocar em risco a saúde do paciente.

Destacamos alguns pontos importantes:

  • Apesar de muito utilizada, a biotina não tem fortes evidências para crescimento capilar e ingerir esse suplemento sem orientação pode representar perda de tempo e dinheiro.
  • Minoxidil tópico é altamente eficaz, mas pode causar efeitos colaterais com crescimento acelerado de pelos na face.
  • Finasterida não é indicada para todos os tipos de queda e pode causar problemas sexuais, como perda de libido e disfunção erétil, por isso, acompanhamento médico é fundamental.

Notar que o cabelo está ficando mais ralo e fino pode assustar as pessoas. E é exatamente por isso que muitos produtos abusam do marketing milagroso para oferecer o que não podem cumprir. Mas a realidade é que até mesmo os medicamentos e suplementos mais consagrados da área dermatológica não são imunes a riscos – e podem não funcionar dependendo da causa da queda capilar. “O ideal é sempre procurar um médico, que vai realizar uma avaliação, diagnosticar o que está realmente causando a queda e indicar o melhor tratamento para o seu caso. Existem suplementos, medicamentos, loções, aplicação de laser ou LED ou tratamentos em clínica como microagulhamento e mesoterapia, além do próprio transplante capilar. A indicação do melhor tratamento sempre é feita com base nas causas da queda e no desejo do paciente”, afirma o Dr. Danilo S. Talarico, médico pós-graduado em Tricologia Médica e Cirurgia Capilar. Abaixo, o médico cita os principais erros de quem decide, por conta própria e sem orientação, usar alguns produtos antiqueda:

Suplementação de Biotina: Provavelmente, ela não funcionará. “A probabilidade de um indivíduo saudável ter uma deficiência de biotina que está causando queda de cabelo é pequena. Muitos pacientes tomam altas doses de suplementos de biotina, em um esforço para tentar ajudar com a perda de cabelo. Não há fortes evidências de que a ingestão de altas doses tenha algum impacto no crescimento dos cabelos, principalmente se o paciente não tiver deficiência desse nutriente”, afirma o médico.

Minoxidil tópico: Padrão-ouro no tratamento domiciliar da queda de cabelo, o Minoxidil promove o aumento da circulação sanguínea do couro cabeludo com consequente melhora da nutrição da região, segundo o Dr. Danilo S. Talarico. “Com isso, ocorre a prolongação da fase anágena, ou seja, a fase de crescimento dos fios, que passam a nascer mais fortes e saudáveis. Mas é importante lembrar que o Minoxidil é um medicamento. Logo, o ideal é que o produto seja utilizado apenas sob indicação médica, pois, em alguns casos, são necessários outros tipos de tratamentos mais específicos para que realmente haja algum resultado. Além disso, o produto não é nenhum elixir milagroso e tem seus efeitos colaterais bem desagradáveis como dermatite de contato por irritante primário”, diz o Dr. Danilo. “Sempre alertamos os pacientes que esse medicamento também pode causar um efeito que assusta muitas pessoas e é conhecido como shedding hair, em que o medicamento acelera a queda de fios que já estavam entrando em estágio inicial de queda (fase catágena). Com o adiantamento dessa fase, podem surgir novas falhas que desestimulam o uso da medicação. Mas essa é uma queda perfeitamente esperada, já que o cabelo cai em mosaico, ou seja, caem alguns fios hoje, outros amanhã. E eles crescerão futuramente”, diz o médico. “Mas também existem riscos de usar produto demais, o que pode causar efeitos colaterais como irritação, alergias e Hipertricose, com crescimento de pelos em diversas regiões faciais”, acrescenta o médico.

Finasterida: Apesar de ser um medicamento, a Finasterida pode ser adquirida sem prescrição médica. Mas esse não é definitivamente um bom negócio, uma vez que a queda capilar pode ser causada por outros fatores, como disfunção da tireoide ou anemia ferropriva, por exemplo; além disso, existe uma extensa lista de efeitos adversos, que devem ser discutidos na relação médico-paciente. “Dentre os efeitos colaterais, estão: diminuição da libido, disfunção erétil, diminuição do volume do líquido ejaculado, dentre outros. Exames podem ser solicitados para minimizar a chance de efeito colateral. Outro aspecto é que mulheres em idade fértil não podem engravidar em uso da medicação. A Finasterida não deve ser utilizada em mulheres em período fértil, pois há o risco de má-formação fetal e genitália ambígua”, diz o médico. “Em casos selecionados, o uso da medicação por mulheres deve ser conversado com o médico e um contraceptivo eficaz ser associado”, acrescenta.

Por que definitivamente devo consultar um médico?

Medicamentos, estresse, deficiência nutricional, excesso de vitamina A, maus hábitos, desequilíbrio hormonal e genética… enfim, são várias as causas da queda capilar e o tratamento varia de acordo com a causa, mas afinal como os médicos fazem para diagnosticar a perda de cabelo? “O médico age como um verdadeiro detetive, fazendo perguntas e uma investigação aprofundada, sendo que o paciente deve ser fiel à realidade. Ele vai querer saber se a queda de cabelo aconteceu repentina ou gradualmente; quais medicamentos você toma; quais alergias você tem; e se está fazendo dieta. As mulheres podem ser questionadas sobre seus períodos menstruais, gestações e menopausa”, diz o Dr. Danilo.

Dr. Danilo Talarico

Nesse processo, a investigação médica não cessa nas perguntas. “O médico também fará um exame cuidadoso do couro cabeludo e o cabelo, podendo puxar o fio e, às vezes, tirá-lo para obter as provas necessárias. O diagnóstico pode ser feito após a averiguação clínica desse paciente com dosagens laboratoriais, com exame tricológico para saber em que fase os fios estão (anágena, telógena, catagena ou quenógena), e fazendo ao mesmo tempo a biópsia do couro cabeludo para confirmar se esse paciente é portador da calvície de padrão familiar e hereditário. Então, o tratamento, que pode ser feito em consultório com lasers, LEDs, microagulhamento, mesoterapia ou até mesmo o transplante capilar”, finaliza o médico.

FONTE: DR. DANILO S. TALARICO: Médico Graduado há 15 anos pela PUC-Campinas, Pós-graduado em Tricologia Médica e Cirurgia Capilar, Dermatologia Clínica e Cirúrgica, Medicina Estética e Perícia Médica. Professor de pós-graduação de Medicina Estética, Dermatologia e Tricologia do Instituto BWS. Speaker e Adviser de indústrias farmacêuticas e de tecnologias médicas. CRM: 135.299-SP. Instagram: @drdanilotalarico

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