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O que os Orixás podem nos dizer sobre esses tempos difíceis que estamos vivendo? Joyce Pascowitch convidou a Ialorixá Nivia Luz para responder essa pergunta e falar mais sobre o candomblé. A ativista cultural é Ialorixá do terreiro Ilè Asè Oyá, de Salvador, e também CEO do Instituto Oya de Arte Educação, que está colocando a mão na massa para praticar a solidariedade.

A pandemia não é vista integralmente com maus olhos pela Ialorixá. Ela fala que a sociedade vai ter um grande aprendizado nesses tempos. “Não entendo como um tempo de punição e sim de ensinamento. É um tempo de cura dos pensamentos, dos males, das coisas que não foram resolvidas, e de formar um mundo melhor para viver. A OMS fala o tempo todo para usar mascara e lavar as mãos. A gente está falando de água, elemento de Oxum. Estamos chamando e clamando por essa energia”. Ela ressalta a importância da coletividade e dos nossos governantes neste momento: “Se a gente tivesse um gestor que fosse do candomblé e entendesse este modo de vida ele certamente já teria se preocupado com saneamento básico, e não haveria uma pauta agora no Congresso sobre privatização da água, porque tem muita gente não tem acesso a ela”.

Para se tornar uma mãe de santo, é necessário a escolha dos orixás. Nivia conta um pouco desse processo e de sua missão: “Não há um processo de formação. Acredito que um líder religioso de hoje tem que estar ligado à contemporaneidade”, explica Nivia, que fala também de sua rotina no terreiro e atividades cotidianas “as pessoas criam uma expectativa muito grande. As Ialorixás vivem uma vida normal e, além dela, tem essa vida maior envolvida pela espiritualidade. Professar a religião não é só no ambiente sagrado. Está nos meus hábitos e costumes. O Candomblé é um modo de vida, uma filosofia”.

Ela também explicou sobre os Orixás: “São seres divinos. Olorum quando cria a terra envia os Orixás e pede que eles construam o mundo. São deuses que estão ligados aos elementos da natureza. A energia do Orixá é o que há de mais puro e simples. Nós, que somos elementos dessa natureza, temos outra perspectiva de cuidado com ela”. Confira a conversa na íntegra:

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