E não é que o momento mais desafiador da carreira de Mark Zuckerberg até agora – a prestação de contas dele ao Congresso dos Estados Unidos – no fim se provou bem menos assustador do que muitos previam? Nessa terça-feira, o cofundador e CEO do Facebook foi a Washington para começar a se explicar sobre o escândalo do #FaceLeaks, o suposto compartilhamento ilegal de dados pessoais de mais de 87 milhões de usuários do site de relacionamentos, e diante de uma comissão formada por vários senadores americanos ele até que se saiu bem em suas respostas, principalmente em razão do pouco conhecimento daqueles que o questionaram sobre como de fato o Face funciona. Tudo foi transmitido ao vivo pela televisão, e os índices de audiência de várias redes foram às alturas.
Claro que o momento saia justa do sexto homem mais rico do mundo rendeu vários memes, sobretudo porque não é todo dia que poderosos como ele são colocados contra a parede. Mas no fim quem levou a melhor mesmo foi o próprio Zuck, conforme os números evidenciam: animados com a aparente capacidade do bilionário de evitar um apocalipse digital (ao menos no que diz respeito à gigante das redes sociais), os investidores da Nasdaq deram uma trégua para a ação do Facebook negociada na bolsa eletrônica, que disparou enquanto o chefão da empresa era sabatinado e fechou em sua maior alta em quase dois anos, rendendo a ele um lucro pessoal de US$ 2,8 bilhões (R$ 9,55 bilhões).
Zuckerberg retorna ao Congresso nesta quarta-feira para continuar seu depoimento. Mas o consenso entre analistas de mercado até agora é que ele tirou de letra a situação e provavelmente vai continuar nesse ritmo. Já se o Facebook vai conseguir escapar de uma multa salgada das autoridades, daí já são outros quinhentos… (Por Anderson Antunes)