Parece até a segunda Primavera Árabe: em mais um passo rumo à modernização, a Arábia Saudita anunciou nessa semana que vai autorizar a abertura de cinemas públicos no começo de 2018, algo que estava banido por lá há mais de 35 anos. Recentemente, o país também decidiu liberar a realização de shows em seu território e finalmente concedeu às mulheres sauditas o direito de dirigir e de assistir jogos de futebol. Todas essas medidas foram tomadas por influência do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o favorito para suceder no trono o rei Salman, e além do impacto social deverão contribuir para a criação de pelo menos 30 mil empregos até 2030.
Discreto porém extremamente estrategista, Mohammed sonha em transformar a Arábia Saudita no país mais moderno do Oriente Médio, ao menos aos olhos do Ocidente. Também foi dele a ideia de criar uma força-tarefa anticorrupção que culminou, no mês passado, com a prisão de 11 príncipes, muitos dos quais seus inimigos políticos.
Até o poderoso – e bilionário – Alwaleed bin Talal al Saud foi parar atrás das grades. Em parte isso explica porque pouquíssimas pessoas se arriscaram a contrariar Mohammed em seus planos de renovação até agora, principalmente os clérigos que continuam exercendo grande influência entre os homens sauditas menos abertos a reformas que beneficiem o sexo oposto. (Por Anderson Antunes)
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