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Eliane Giardini || Créditos: TV Globo
Eliane Giardini || Créditos: TV Globo

Eliane Giardini, 64 anos, em mais um papel com sex appeal no horário nobre: a Nadia de “O Outro Lado do Paraíso”, que estreia nesta segunda-feira. Ela vai dar asas à imaginação em fantasias sexuais com o marido entre quatro paredes. E quem não lembra da viúva Neuta de “América”, já depois dos 50, e tantas outras personagens com um quê sensual – inclusive com parceiros mais jovens, como em “Avenida Brasil”? Glamurama foi conversar com a atriz sobre ser musa na maturidade e sobre outro traço de Nadia: o racismo com a empregada da casa. Em uma das chamadas da novela, a personagem aparece dizendo que sua funcionária veio de um lugar “selvagem”, um “quilombo”, ao repreender a forma como ela arruma a mesa. “Minhas cenas safadinhas às vezes são perversas até… quando a Nadia se fantasia de empregada para o marido”. À entrevista! (por Michelle Licory)

“Não quero que meu filho case com uma preta”

Nadia é casada com Gustavo [Luis Melo], respeitado juiz, visto como a maior autoridade da cidade. “Quando maltrata a empregada [Erika Januza], por quem um de seus filhos vai se apaixonar, ela ouve do outro: ‘Mãe, isso vai dar cadeia, é racismo’. E responde: ‘Eu não sou preconceituosa, só não quero que meu filho case com uma preta. O resto pode tudo. Sou ótima, generosa, trato bem’. As pessoas ainda são assim na vida real. Claro! E muito. Conheço várias”, nos disse a atriz.

“Fomos criados de forma preconceituosa, mas temos que nos reeducar”

“Sinto que a gente vive num país muito racista e violento. Brasileiro é cordial? Sim, mas bem violento também. O mundo está mudando e a gente tem que seguir essa onda. Fomos criados de forma preconceituosa, mas temos que nos reeducar. Não quero apanhar na rua, nem que confundam as coisas… Mas nossa novela é um cardápio recheado de mazelas humanas. Importante martelar nessas coisas, para que as pessoas pensem, e libertem outras, que precisam desse aval do mundo de glamour da TV. Como a novela das nove atual está fazendo agora, um serviço social, na questão dos transexuais, por exemplo. A gente vai surfar numa onda alta substituindo ‘A Força do Querer’, bem alta. Mas acredito na potência do Walcyr [Carrasco, autor de ‘O Outro Lado do Paraíso’]. É meu terceiro trabalho dele seguido… Depois de ‘Amor à Vida’ e ‘Eta Mundo Bom’… Nesse modelo novo de contrato que a gente faz com a Globo de três em três anos, tenho três trabalhos com Walcyr, alguém de muita competência”.

“É como vestir a pele de um bandido. Mas vou tentar entender essa mulher de alguma forma, para humaniza-la. Não posso ficar criticando a personagem. Ela é uma inconsciente,  mas isso tem cura. A Nadia tem o lado dramático, mas tem um tom de humor também. Ela e o marido têm algumas fantasias…. Não sei se piora ou melhora… Mas minhas cenas safadinhas às vezes são perversas até… quando a Nadia se fantasia de empregada para o marido”.

“Depois que os filhos crescem, não é só esperar os netos chegarem”

Por falar no assunto, por que será que é sempre lembrada para mostrar na ficção a sensualidade na maturidade? “É uma coisa da minha geração. Sou uma representante da minha geração, que descobriu que há vida depois dos 40, 50, 60. Aprendemos que depois que os filhos crescem, não é só esperar os netos chegarem. Quantas mulheres não voltaram a estudar, trabalhar… Avançando em todos os níveis. Na questão da sensualidade também. Mas a gente tem limite pras coisas. Tudo é feito mais no humor que na sensualidade. Não tem sentido ser diferente, não seria por aí o caminho”.

“A bela, recatada e do lar”

Sobre a composição da personagem… “Fiz algumas pesquisas no Village Mall [shopping de alto luxo do Rio]. Se emagreci? É que fico mais gorda no video, tenho o rosto redondo. Quando me veem ao vivo, perguntam se emagreci. Ah, fiquei loira, que é uma coisa que eu não imaginava na vida nessa altura do campeonato… Mas a gente começou a viajar naquele filme ‘Mulheres Perfeitas’, com a Nicole Kidman… Aquela mulher que está sempre montada, cuidando da família. A bela, recatada e do lar. Fui nessa vibe”.

“Barbaridades vestida de azul bebê”

E o figurino? “São bons looks, tudo muito de marca… Mas é só candy color. Como a Nadia já tem essa personalidade carregada, fomos para o pastel na roupa. Ela fala barbaridades vestida de azul bebê”.

 

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