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A diretora Carolina Jabor e o cartaz do filme “Aos Teus Olhos”, que conta com Daniel de Oliveira como personagem principal || Créditos: Divulgação
A diretora Carolina Jabor e o cartaz do filme “Aos Teus Olhos”, que tem Daniel de Oliveira como protagonista || Créditos: Divulgação

O cinema brasileiro nunca esteve tão em alta. E com uma safra de bons filmes saindo do forno é impossível ignorar questões atuais, que criam uma identificação imediata com o espectador. Esse é o caso do longa “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor. Baseado na peça de teatro catalã “O Princípio de Arquimedes”, o filme ganhou os prêmios de melhor ator – Daniel Oliveira -, melhor ator coadjuvante – Marco Ricca -, melhor roteiro, além de melhor longa de ficção pelo voto popular, um dos mais importantes do país. Nessa quinta-feira foi a vez do público paulistano conferir “Aos Teus Olhos” na 41ª Mostra Internacional de Cinema com sessão lotada e presença de parte do elenco.

“O filme surgiu numa busca para encontrar histórias enxutas de produção e que tivessem temas fortes ligados a questões contemporâneas. Quando li a peça “O Princípio de Arquimedes” vi que ali havia um tema que me interessava muito que é essa condenação sem julgamento… O que vejo muito nas redes sociais hoje em dia”, conta Carol, que é filha de Arnaldo Jabor e conhecida por tratar de assuntos cotidianos em seus trabalhos. “A peça me chamou muito a atenção e, na paralela, estava lendo a história de um professor de natação acusado de beijar um aluno e sendo crucificado antes de qualquer tipo de prova. Juntei essas duas coisas, incluí redes sociais e acho que chegamos a um resultado espetacular”, entrega.

E como o assunto é um tanto polêmico, coincidiu com as ondas de censura que castigam o país, como a que aconteceu com a exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, cancelada no Santander Cultural, em Porto Alegre e todo debate sobre nudez da performance “La Bête” (“O Bicho”), do artista Wagner Schwartz, apresentada no Museu de Arte Moderna de São Paulo. “O filme vem numa hora em que essas questões estão muito presentes no dia a dia. Coincidiu com a história do MAM, que foi muito séria, a viralização de uma foto. Temos que resistir porque há um grupo forte na internet que está, de fato, querendo censurar a arte e pautar tudo de acordo com interesses políticos”, finaliza Carolina, que ainda estuda a melhor data para o lançamento oficial do filme, que deve acontecer em circuito nacional entre os meses de fevereiro e março do ano que vem. (Por Matheus Evangelista)

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