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Carlinhos Brown || Créditos: Reprodução Globo

2017 foi pauleira para Carlinhos Brown, como sempre aliás. Do tipo que não pára um minuto, ele se reencontrou com o Tribalistas quebrando hiato de 15 anos depois do primeiro CD do trio, lançou seu novo álbum, “Semelhantes”, renovou os integrantes da Timbalada, acompanhou de perto o lançamento de uma nova banda sob sua direção, a Electrotimba, e ainda encerra o ciclo com duas supernovidades!

A primeira delas é um CD com clássicos e músicas inéditas de Cazuza, que está em fase de produção e deve ser lançado em 2018. A segunda tem a ver com o Carnaval: Brown assumiu o papel de diretor musical do tradicional bloco baiano Filhos de Gandhi.  Além disso, está tentando com afinco trazer ícones como Steven Tyler, do Aerosmith, ou Adam Lambert, vocalista do grupo Queen + Adam Lambert, para participar de seu projeto Black Rock, que a cada dois anos traz o rock para a folia de Salvador.

BROWN CANTA CAZUZA

Cazuza || Créditos: Reprodução

Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, procurou Carlinhos Brown para oferecer algo grande: letras inéditas de Cazuza que nunca saíram do papel. O motivo que a fez procurá-lo são os problemas financeiros que a Fundação Viva Cazuza, criada em 1990 após a morte do cantor e compositor, vem sofrendo nos últimos anos por conta da baixa arrecadação com direitos autorais.

“Minha amizade com Cazuza vem dos anos 1980, do Baixo Leblon. Eu era visto como o caretinha da turma, porque nunca fui de beber e essas coisas todas, só tocava bongô. Mas tinha muito swing e às vezes estava na roda com ele, Bebel Gilberto e o pessoal que frequentava o local em busca de música e oportunidades. Depois, Cazuza virou um fenômeno no Carnaval da Bahia. Quando Lucinha vem e diz que a Fundação Viva Cazuza tá precisando de colaboração porque o direito autoral é uma coisa que parou de funcionar, que ela tem muitas letras e precisa reaquecer o mercado do poeta Cazuza, me prontifiquei na hora”, explica Brown ao Glamurama.

“Todo mundo sabe que não é nenhum oportunismo. Minhas ações sociais estão aí, então aproveitamos e não apenas doamos todos os direitos à Fundação Viva Cazuza como estamos divulgando e fazendo o que for possível para que ela realmente consiga esse respaldo. É uma forma de agradecer a esse irmão e poeta único que nos faz uma falta enorme e deixou um legado importante pra todo mundo.”

Uma das oito letras entregues a Brown, “Carreirinha”,  já ganhou melodia e integra seu novo CD “Semelhantes”, lançando em novembro – ouça aqui. As demais darão vida a algo maior que o cacique do candeal nos contou em primeira mão: “A Universal Studios quer fazer um projeto comigo. Começaremos a gravar ainda este ano e pretendemos sair em turnê em 2019. Vou gravar clássicos do Cazuza e algumas músicas inéditas. Dona Lucinha [Araújo] aceitou o projeto, assim com o pai de Cazuza, João Araújo, que é um superempreendedor da musica.”

TRIBALISTAS 

O reencontro dos Tribalistas Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown || Créditos: Reprodução

Sobre a parceria com Marisa Monte e Arnaldo Antunes, quem chama de “semelhantes”, o artista confirma shows do novo CD, mas diz que ainda não há datas confirmadas. “A qualquer momento o público vai ter (shows). Vamos fazer em alguns lugares. Não podemos desmerecer aqueles que nos apoiam. O público merece esse amadurecimento.”

HERDEIROS

Chico Buarque e Chico Brown || Créditos: Reprodução Instagram

Carlinhos tem cinco filhos, sendo quatro deles de seu casamento com Helena Buarque, filha de Chico Buarque e Marieta Severo e, segundo ele, todos são muito musicais. “Eles são tão musicais que se bastam”, contou. Clara Buarque, 18 anos, gravou com ele a música “Paladar” em seu novo CD mas, segundo o pai, o interesse dela não vai além da participação. “Ela também gravou com o avô, que acho que muito maior do que gravar comigo é gravar com Chico Buarque” (risos). Cantou lindamente, mas não tá muito pra isso não.” Clara fez dueto com o avô no documentário “Chico, Artista Brasileiro”, lançado em 2015.

Já Chico Brown, que acaba de estrear parceria musical com o avô Chico Buarque na canção “Massarandupió”, “gosta dos palcos”, falou o Brown orgulhoso. “Ele é músico mesmo! Está fazendo faculdade de música e toca muito. É um dos maiores talentos da idade dele do país no momento (Chico tem 20 anos). Tem muita competência harmônica, desenvoltura com todos os instrumentos… É um virtuoso. Já mostrou a inteligencia dele no momento em que ele disse: ‘Pô meu pai, Chico Buarque hein, um gênio. Quero ser Chico Buarque Neto, mas não haverá dois Chico Buarque. O maior é meu avô. Eu quero ser Chico Brown.'”

Ainda sobre o filho, completou: “ele teve todo esse tempo pra não se expor e tem mais: não se parece comigo e não se parece com o avô. Ele encontrou o lance dele.”

CARNAVAL DE RESPONSA 

Carlinhos Brown com os integrantes da banda Sepultura no Carnaval de 2016 || Créditos: Reprodução

“O Carnaval 2018  é especial com muitas responsabilidades. Tenho um projeto bienal no Camarote Andante que é o Black Rock, que sai no domingo de Carnaval. Vai voltar esse ano com as bandas Angra e Sepultura. Além delas, que já estão fechadas, estou vendo de que forma posso trazer um personagem internacional. Ou o cantor Steven Tyler (Aerosmith) ou o novo vocalista do Queen, Adam Lambert. Tô buscando isso, porque se tem alguma coisa que é extremamente carnavalesca é o rock n roll. Sobretudo o heavy metal, que é ainda mais carnavalesco que o rock.”

No sábado de Carnaval vou acompanhar o bloco do Timbalada, que está com nova formação, e na terça-feira saio com o Arrastão à meia noite. Além disso, atuo pela primeira vez como diretor musical do Filhos de Gandhi, onde fico até 2019 quando o bloco completa 70 anos.”

THE VOICE KIDS BRASIL

Carlinhos Brown no ar no The Voice Kids Brasil || Créditos: Reprodução/Globo

No dia 7 de janeiro vai ao ar na Globo nova temporada de “The Voice Kids Brasil”. Carlinhos segue ocupando uma das cadeiras do programa como técnico musical, desta vez ao lado de Claudia Leitte, e Simone e Simaria – todos baianos. Sobre a nova edição do programa, que já foi gravada, Brown adianta: “Podem se preparar. É gargalhada imensa. O público vai se emocionar mas também vai rir muito. A direção do programa acertou em cheio na química das cadeiras.”

Sobre a dificuldade que às vezes tem em decidir se vai ou não virar a cadeira, explica: “A maior dificuldade da cadeira é quando você perde o timing e o botão não é apertado no momento certo. Aí você tem que inventar uma coisa na hora pra corrigir seu erro. O que poucas pessoas sabem é que a gente ouve um som no estúdio, e o que é escutado pela TV é diferente. Tem escolhas que a gente faz e depois se arrepende. Faz parte do ser humano, nem todo dia o ouvido tá bom pra compreender o artista que passa por ali.” Por fim, ele brinca: “Espero que tenha um The Voice Senior! Afinal, se tem para crianças e adultos, porque não tem para os senhores? Seria um barato!”(Risos)
(por Julia Moura)

 

 

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