Aos 63 anos, Edson Celulari, que tem mais de 40 anos dedicados à arte de interpretar, poderia estar em sua casa cumprindo quarentena com a mulher Karin Roepke, de 39 anos, e os filhos, Enzo de 24, e Sophia de 18 anos, frutos de seu casamento com Claudia Raia. Mas, com tantos planos engatilhados e que tiveram que ser adiados por conta da pandemia, Edson não ficou satisfeito em apenas “passear” e trocar ideia com seus seguidores no Instagram – que superam um milhão de fãs – para passar o tempo.
Assim como seu colega Ary Fontoura, que usou o talento e bom humor para entreter os internautas e bombou, Edson também viu nas redes sociais uma oportunidade de brincar, dar dicas, mostrar seus talentos, ser mais preciso nas postagens, interesses, mensagens, e se renovar. Em papo com Glamurama, o ator e mais novo influencer digital do pedaço, conta como tem sido essa nova fase de sua vida, como os filhos o ajudam nessa empreitada, a realidade dos haters, o que é mais fácil e mais difícil na internet, sem esquecer de dar um pequeno spoiler de tudo o que pretende fazer quando a pandemia acabar, e que seja logo. (por Fernanda Grilo)
Glamurama: Como surgiu a ideia de se tornar um influencer digital?
Edson Celulari: Durante a pandemia acho que todos nós tentamos encontrar formas diferentes para manter a comunicação, seja entre os amigos, os familiares… Eu não fui diferente, já passeava pelas redes sociais, mas sem muito compromisso. Então percebi que esse é um espaço em que você pode criar uma identidade, indicar o que gosta, exercitar uma opinião: a sua!
No início desse confinamento cheguei a interagir com meus seguidores. Pedi que eles me escrevessem histórias de superação que estavam vivendo, o dia a dia de gerações diferentes dividindo o mesmo espaço. O resultado foi muito, muito interessante. Foi aí que eu resolvi fazer isso pra valer, de forma mais profunda, para poder ampliar o alcance e ser mais preciso nas minhas postagens, interesses e mensagens. E eu estou feliz, desenvolvendo um conteúdo que tenha a cara do Edson.
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G: Quem te ajuda mais nessa fase influenciador, a Sophia ou o Enzo?
EC: Olha eu não posso escolher um ou os dois, viu. Eles já nasceram praticamente com o celular nas mãos. Principalmente a Sophia que começou mais cedo que a turma do Enzo na era digital. E eles gostam, ficam ali interagindo. O Enzo usa bastante essa ferramenta para assuntos profissionais. Eu estou bem atendido na consultoria técnica, tanto com o Enzo quanto com a Sophia.
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G: Nos vídeos, você brinca com os termos da internet (publi post, alcance, interação….) Já está familiarizado com eles?
EC: Olha, você começa a fuçar, mexer, pesquisar, se debruça, se interessa e acaba descobrindo coisa incríveis. Estou achando tudo muito divertido, busco coisas que ainda não sei. Então esses termos, alcance, interação, publipost já estão ficando quase que naturais para mim. No início era novidade para todos e hoje, quantos milhões não se manifestam nesses espaços digitais, não é? Acho que é um espaço muito propício para você criar, e criar é um verbo muito importante nesse cenário: criar um conteúdo de qualidade e fazer isso chegar a muitas pessoas.
G: O que é mais fácil e mais difícil na internet? Como tem feito para se adaptar a essa nova linguagem?
EC: Acho que nesse momento tão global que se vive o mais difícil é selecionar o que bom do que não é, o que é verdadeiro do que é falso. Essa é a grande dificuldade: de onde veio essa informação, qual é a fonte, será que é Fake News? É um espaço que pode propagar o bem, assim como o mal. Pode fortalecer boas ideias, como incitar crueldades. Eu não me senti preparado para encarar sozinho esse desafio, então procurei uma assessoria que tem me dado o suporte necessário. É uma parceria estimulante, a gente vai fazendo, descobrindo o perfil do Edson nas mídias sociais juntos. Acho que hoje em dia, para você conquistar um conteúdo personalizado, é necessário uma estratégia inteligente e ter profissionais capacitados para alavancarem seus objetivos digitais.
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G: Quem é o seu ídolo na internet?
EC: Gosto muito do perfil do Ary Fontoura. É invejável a disponibilidade dele, se apresentou despojado, está em casa cozinhando, nadando… e usa o talento incrível que tem para comédia. O tempo todo está criando personagens e sempre bem humorado, com ótimas sacadas criativas, eu tô adorando acompanhar o Ary e é invejável na idade dele, começar a brincar com isso. Tem também o Whindersson Nunes, que começou ainda menino fazendo umas postagens da maneira dele, acreditando que poderia criar um espaço que fosse a cara dele, e criou: autêntico e de forma original. Foi crescendo, crescendo, sempre espontâneo e hoje se tornou um fenômeno mundial. O sucesso dele continua crescendo, pode estar com o avião particular, ter mudado cabelo, o corpo, mas continua sendo ele. É uma referência para todos porque ele trabalhou muito para chegar onde está. Tem um grande mérito.
G: Já teve que lidar com haters? Qual foi a sua reação?
EC: Não, não tive que lidar até agora e também não sei como reagiria diante disso. Todos nós estamos expostos. Hoje em dia, temos vários recursos legais que ajudam o usuário. Mas a vida é feita de surpresas, como é que eu vou me preparar para ser atacado por haters? Não tem curso para isso. Sei que é um ataque violento e covarde, já vi pessoas passarem sufoco com isso, mas provavelmente vou reagir com meu instinto e com os meus direitos…kkk
G: Qual seu aplicativo preferido, por quê?
EC: É o Instagram! Me aproximei dele porque sempre gostei de fotografia e o Instagram é uma ferramenta muito visual. Com o tempo ele foi crescendo e ganhou uma dimensão mega, se multiplicou dentro dele mesmo. Acho um espaço democrático onde todos podem. E eles também te dão um bom suporte, caso você precise apagar ou bloquear alguém. Acho que é um app que defende seu usuário. Talvez não seja 100% perfeito, mas acho que tem espaço pra todo mundo e é o que eu uso, eu só tenho Instagram e gosto muito.
G: Quais os demais projetos previstos na carreira?
EC: Não é simples passar por isso que estamos passando, esse confinamento durante a pandemia paralisou muita coisa, o nosso setor artístico foi extremamente atingido: teatro, cinema, estúdios de televisão…muitos profissionais desempregados. Está complicado para muitas famílias. A nossa classe se mobiliza como pode pra ajudar aqui, ali. Muitos setores, no nosso país e no mundo, foram atingidos e tem muita gente passando fome. Então acho que é um momento da gente olhar para o outro e criar empatia, ter compaixão.
Quanto aos meus projetos profissionais, eles são muito, mesmo que na cabeça e no papel. Mas estarão vivos no momento da retomada. Sigo imaginando, criando, produzindo. Na pandemia consegui realizar um longa metragem: fizemos todos os exames necessários da Covid-19, nos trancamos em uma casa e rodamos um longa metragem que dirigi e atuei com a Karin, minha esposa, e mais três atores, uma equipe reduzidíssima, ficamos 18 dias rodando e assim fizemos. Estamos agora em pós-produção, montando, é um filme de suspense, de gênero. Ainda não temos um título definitivo, mas daqui a pouquinho vocês poderão assistir o nosso filme. Me deu muito orgulho.
Também tenho projetos para teatro, para outros filmes, novelas e para séries também, enfim, projetos não faltam, mas acho que nesse momento temos que tomar bastante cuidado pois a Covid-19 está bastante perigosa. É hora de trazer consciência da gravidade desse vírus e seguir os protocolos necessários. A vida é o nosso maior bem, temos que preservar nossa saúde mental e física. Mas, por enquanto, vou usando meu espaço nas mídias sociais para alertar, fazer pensar, divertir e emocionar as pessoas. Temos que ter solidariedade, são muitos os que precisam.
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