Vitória Strada lembra abuso sofrido na adolescência: 'Demorei a legitimar'

Capa e recheio da última edição da Revista J.P, Vitória Strada foi a convidada de Joyce Pascowitch para a live desta terça-feira (30). Em um papo dos mais animados, a atriz falou sobre carreira, relacionamento e planos futuros. “Me jogo de cabeça em cada projeto. A arte é uma terapia para mim, eu mergulho em cada personagem, independente da técnica, gosto de me jogar e viver profundamente cada trabalho”, disse.

A conversa também teve lugar para temas de muita relevância social. Vitória falou sobre a importância do Dia da Visibilidade Lésbica e de seu amor pela atriz e cantora Marcella Rica. “É muito importante podermos falar disso cada vez mais. Fico sempre muito feliz de poder contar minha história, minha verdade. Poder viver um relacionamento com uma pessoa que eu amo, que também me ama, e podermos ser livres para poder falar do nosso amor”, declarou-se.

“Mas sei que somos privilegiadas por isso. É quase uma bolha de aceitação em que vivemos, mas ainda não é a realidade do Brasil. Por isso esse dia é tão importante, porque precisamos continuar batalhando por isso para todos”, ressaltou, lembrando que sempre existem os comentários preconceituosos, mas que não se deixa abalar por isso.

A atriz também falou sobre o assédio sexual que sofreu ainda adolescente, dentro de um ônibus, enquanto voltava da escola. “Quando sofri o abuso eu demorei pra legitimar isso, eu pesava: ‘mas eu não fui estuprada, foi só uma mão na coxa’. Mas não foi só uma mão na coxa. Isso é sobre consentimento”, relembrou. “É uma invasão muito mais carnal do que racional e ninguém tem esse direito. A sociedade está tão equivocada em tantos lugares que é difícil seguir uma maneira de se comunicar com essas pessoas que não entendem isso.”