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Barco

Já pensou em embarcar em um veleiro e experimentar a liberdade de viver no mar? Há mais de um ano e meio navegando pela costa brasileira, o casal Raíssa Teles e Christof Brockhoff promove residências artísticas e encontros para quem busca autoconhecimento

Dia 25 de dezembro de 2019, Raíssa Teles embarcava na maior aventura da sua vida. Ao lado do companheiro, Christof Brockhoff, partia para uma viagem pela costa brasileira, saindo do Guarujá, no litoral paulista, passando por Ubatuba, Paraty, Búzios, Vitória, Ilhéus, Itacaré e Baía de Camamu, na Bahia. Era um sonho se tornando realidade. Um ano antes, o casal havia escolhido a vida no mar. Entre a decisão de comprar um veleiro e fechar negócio em um modelo Peterson 33 – o qual batizaram de Mintaka – passaram-se duas semanas. Chris já tinha familiaridade no assunto, pois cresceu velejando com o pai, em Liechtenstein, uma micronação encravada entre a Suíça e a Áustria. Para ela, no entanto, um mundo novo se abria. “Desde que nos apaixonamos, oito anos atrás, já falávamos em ter uma vida nômade, em viajar o mundo a serviço de algo que causasse impacto”, diz Raíssa, que trabalha como facilitadora de grupos e desenvolvimento humano, assim como Chris, ele mais focado no social.

Aprenderam tudo sobre a embarcação – mecânica, elétrica, infraestrutura e afins –, tiraram as autorizações necessárias para navegação costeira e se mandaram para Ilhabela, onde ficaram por um ano e meio. Lá, começaram a desenvolver o projeto Sea Beyond, que depois ganharia o nome de Pirates of Love, espaço de aprendizagem para se reconectar com a natureza e criar novas formas de viver na terra. “O mar tem o poder de ensinar valores e qualidades que achamos fundamentais para o novo mundo, seja como indivíduo ou sociedade”, diz Raíssa. “A natureza humana e selvagem é capaz de tirar nossos padrões domesticados. Com Chris, vi a oportunidade muito rica de processos de cura desses padrões.”

Para ajudá-los a comunicar seus sonhos, Raíssa e Chris criaram residências e convidaram artistas para embarcar com eles no projeto. Lançaram a ideia no Instagram e 50 pessoas se interessaram. Com capacidade para, no máximo, sete tripulantes, um dos grupos foi formado pelos artistas Julia Vargas , Água Viva e Elena Landinez, que criaram produtos relacionados aos valores dos piratas. Estes e outros estão sendo colocados à venda na loja on-line recém-lançada do grupo, com o intuito de angariar fundos para o próximo grande veleiro.

Na vida que escolheram levar, onde a natureza dita as regras, Raíssa, 30 anos, e Chris, 35, pregam o que chamam de “raw life”, a vida nua e crua. “É sobre viver de verdade essa conexão, entendendo a alimentação, caçando os alimentos, sabendo limpar o peixe, fazendo nosso xampu, provocando com nudez, amor e liberdade”, pontua. Sobre os relacionamentos com as pessoas que chegam no barco, ela diz ser um caminho que experimentam. “Temos essa abertura e criamos um campo para isso. Muito além do poliamor, do amor livre, acreditamos num amor sem fronteiras, mas com acordos. Um rio precisa de margem para fluir, a gente estende as nossas margens. Temos uma parceria bonita nesse aspecto. É uma busca para entender nossa sexualidade. Trabalhamos esse lugar do corpo, de entender quando é desejo, quando é ego, o espaço de cada um”, diz.

Avistando maiores travessias e destinos que ultrapassam as fronteiras do Brasil, Raíssa conta o que mais aprendeu no mar. “A ter paciência, resiliência e coragem, a seguir um passo de cada vez, mesmo que não enxergue para onde estamos indo.” ■

Amor e arte no veleiro

Por Julia Vargas

“A residência no Piratas do Amor foi uma experiência mágica, de abertura do coração, conexão com a natureza e expansão da criatividade. Durante duas semanas, vivi em comunidade, em uma casa flutuante: a veleira Mintaka. Éramos seis artistas, criando em meio à imensidão azul. Seguindo nosso próprio ritmo interno, deixando a arte transbordar.

Comecei a desenvolver uma série de postais Semente de Sonhos. Eles serão impressos em um papel que vem com sementinhas na fibra e pode ser plantado. Terão ilustrações na frente e espaço em branco no verso, a ser preenchido com intenções e rezas. Quero incentivar as pessoas a sonhar realidades mais férteis para sua vida e para o mundo. Plantarem seus sonhos na terra, para que cresçam fortes como árvores!

A vida no barco tinha gostinho de plenitude. Vivíamos em harmonia com a natureza, nos nutrindo de alimentos cheios de vida, tomando banho de mar e acordando com o nascer do sol. Éramos uma tribo. E resolvíamos qualquer conflito em roda. Com eles, sentia que podia ser eu mesma. Despida de tabus e máscaras, era livre para andar pelada, deixar meus pelos crescerem, inventar histórias fantásticas e levar a minha criança interior para brincar.

Encontrei no mar uma família. Sinto que estávamos ali reunidos para curar uns aos outros, nos nutrir e potencializar nossas missões pessoais e coletivas. Nossa missão é espalhar sementinhas de consciência através da arte e do amor!”

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