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Liderança Ativista
Getty Images

Em minha terceira coluna no GLMRM, retomo meu diálogo da quebra de paradigmas presente em nossa sociedade. Essa semana, os convido a refletir sobre o papel primordial de grandes líderes, líderes ativistas. Sabemos que as marcas são relevantes, é inegável, mas elas são apenas o veículo de seus condutores. Os reais guias dessas grandes mudanças são suas lideranças. Eles conduzem sua direção e, junto a esse movimento, transpõe seus valores, levam o que acreditam para além da organização.

Em 2000, a Edelman lançou o Edelman Trust Barometer, uma pesquisa anual de confiança e credibilidade das quatro principais instituições do mundo – governo, negócios, mídia e ONGs. Em 2018, essa pesquisa já apontava que 56% das pessoas afirmaram não ter respeito por CEOs que ficam quietos sobre assuntos importantes. Como coloca Aaron Sherinian, ex CMO da Fundação das Nações Unidas: “Silêncio em assuntos sociais pode ser o beijo da morte para marcas.” Um tanto forte, mas bastante verdadeiro e os levantamentos não pararam por aí, com 64% concordando que os CEOs deveriam ser os líderes das mudanças em vez de esperarem pelas imposições dos governos.

O papel de um CEO ganhou mais força, agora não é a marca que dita os valores centrais de seu líder, mas o CEO que inspira com suas visões para a organização. Você certamente já ouviu falar da sigla ESG (Enviromental, Social, Corporate Governance) uma avaliação da consciência coletiva de uma empresa em relação aos fatores sociais e ambientais. Termo bastante recorrente na atualidade e parte do vocabulário de qualquer líder ativista.

As principais questões sobre as quais os CEOS ativistas falaram nos últimos anos giram em torno da igualdade/inclusão, a luta contra as mudanças climáticas, os direitos humanos e, mais recentemente, a saúde e o bem-estar. Em uma esfera global, tome Howard Schultz como exemplo, o CEO da Starbucks que contratou 10 mil refugiados em todo o mundo, em reação à política de imigração do governo Trump. Gosto da provocação de Yvon Chouinard, cofundador da Patagonia para complementar: “Se você não está irritando 50% das pessoas, você não está tentando o bastante.”

Já, no Brasil, há vários exemplos de grandes mulheres como Luiza Trajano (Magazine Luiza), cuja batalha central gira em torno da mulher. Sua defesa é pela promoção das mulheres dentro e fora das empresas. Recentemente, também formulou um programa de trainee 100% para candidatos negros. “A iniciativa é desenvolvida exclusivamente para levar para muitos o que é privilégio de poucos, como diz a missão do Magalu”, conta Du Migliano, da 99 Jobs, que realizará o processo de seleção. Ou Cristina Palmaka, da SAP, que abraça o uso de tecnologias a favor do bem estar e saúde das pessoas. Temos também Tadeu Nardocci, CEO da Noveleis, no combate pela equidade racial.

Na pesquisa desse ano da Edelman Trust Barometer, 90% dos brasileiros esperam que os CEOs se manifestem publicamente sobre temas como o impacto da pandemia, a automação do trabalho e problemas sociais e da comunidade local. Afinal, nossa responsabilidade é tão grande quanto o nosso privilégio. Convido você, líder, a questionar o quanto, de fato, você está usando seu poder de influência? Como quer ser lembrado, qual legado você quer deixar dentro de sua família, empresa e sociedade?

Finalizo com a fala do gênio Steve Jobs, retirado da campanha de 1997 da Apple: “Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os arteiros. Os que são peças redondas nos buracos quadrados. Os que veem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras e eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los, mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os veem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo, são as que, de fato, mudam.”


* Andrea Bisker é empreendedora, pensadora do futuro, especializada em tendências e comportamento de consumo e fundadora da Spark:off, consultoria em inovação e tendências.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GLMRM.

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