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Foto: Divulgação

John D. Rockefeller, o icônico magnata do petróleo dos Estados Unidos, se tornou o primeiro bilionário documentado da história em 1916, aos 77 anos de idade, conforme reportado pelo The New York Times. Essa conquista é emblemática de uma época em que grandes fortunas resultavam de décadas de determinação e empreendedorismo incansável. No entanto, o século 21 revela um cenário distinto, com bilionários surgindo em sua tenra juventude, frequentemente beneficiados por heranças expressivas. A mais nova protagonista dessa narrativa? A bilionária catarinense Lívia Voigt de Assis.

No começo do ano, muitos holofotes midiáticos se voltaram para Clemente Del Vecchio, de 19 anos, então tido como o “bilionário mais jovem do mundo”, com estimados US$ 3,6 bilhões (R$ 18,2 bilhões) na conta, segundo a revista americana Forbes, algo que fez dele a celebridade da ocasião no noticiário internacional. Entretanto, um dado oficial obtido por GLMRM revela um fato até então desconhecido: a data de nascimento de Lívia, que a posiciona à frente de Clemente. Nascida em 10 de julho de 2004, Lívia detém uma fatia indireta de aproximadamente 3,1% na WEG, potência em engenharia elétrica e automação, que vale US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões). Sua irmã, Dora Voigt de Assis, de 24 anos, possui a mesma quantia.

Cofundada pelo avô delas, Werner Ricardo Voigt e de quem herdaram suas participações, a empresa sediada em Jaraguá do Sul começou como uma pequena oficina em 1961 e, ao longo dos anos, evoluiu para uma gigante multinacional, um testamento vivo ao espírito empreendedor brasileiro. Werner, juntamente com seus sócios Geraldo Werninghaus e Eggon João da Silva, demonstrou uma capacidade notável de se adaptar a um mercado em constante evolução, posicionando a WEG como líder em seu setor.

A herança de Lívia na WEG lhe assegura o título até então pertencente ao detentor de 12,5% da EssilorLuxottica, nascido em 14 de maio de 2004. Portanto, é a brasileira, e não o italiano, que merece o título de bilionária mais jovem do mundo. Quase dois meses mais nova que o herdeiro da Ray-Ban, Lívia representa uma nova elite global, reflexo do estado atual da riqueza e sua distribuição. No passado, bilionários eram feitos. Hoje, muitos já nascem bilionários.

A revelação sobre a data de nascimento de Lívia, que consta nos registros da CVM (sigla de Comissão de Valores Mobiliários, o órgão regulador do mercado de capitais brasileiro) sinaliza uma transformação nessa paisagem financeira embelezada por cifras de cair o queixo. Cada vez mais à vista, uma onda crescente de jovens bem-nascidos que começou a se formar décadas atrás e que, como típicos integrantes da Geração Z, parecem mais inclinados a herdar do que inovar. Longe de ser um maremoto, mas difere de quaisquer outras equivalentes no passado.

Um exemplo disso é Eduardo Voigt Schwartz, primo de Lívia. Dono de 3,85% do capital da WEG, e com um patrimônio pessoal de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,1 bilhões), Eduardo, de 33 anos, escolheu seguir um caminho próprio como DJ, já tendo lançado 27 EPs, demonstrando que a até mesmo a nova geração de membros do clube dos dez dígitos está redefinindo o que significa sucesso e realização. Em tempo: considerado o astro da e-music mais rico dentre seus pares, o escocês Calvin Harris tem uma fortuna estimada em US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão).

Revisitar a história da WEG é relembrar um crescimento robusto e constante. Cofundada pelo avô de Lívia com dois outros sócios, quase como um negócio de garagem, a gigante de Jaraguá do Sul é referência em engenharia elétrica e automação. Já a WPA, holding familiar através da qual os herdeiros dos cofundadores gerenciam seus interesses na empresa, também administra fundos de investimentos que possuem ações em gigantes corporativas de renome mundial. Entre elas estão a LVMH, conglomerado francês líder mundial em produtos de luxo, abrangendo desde moda e couro a vinhos e destilados, e a Alphabet, a holding parente do Google, responsável por algumas das mais inovadoras tecnologias e plataformas digitais da atualidade.

Com um market cap de R$ 151,2 bilhões e presença global em mais de 130 países, a WEG é sinônimo de crescimento e inovação, qualidades que chamam até mais atenção do que seu faturamento anual de quase R$ 30 bilhões. Em 2023, 29 de seus acionistas são bilionários, e a discrição deles é emblemática. Mesmo com vastas fortunas, optam por uma vida longe dos holofotes e, muitas vezes, da realidade cotidiana.

Em síntese, a trajetória de Lívia, Clemente, Eduardo e outros abonados como eles é representativa de uma era em transição. O conceito de riqueza está se transformando e, com ele, as perspectivas sobre sucesso, legado e impacto. Uma das evidências dessa tendência é o crescimento de plataformas como o OnlyFans, onde muitos jovens estão monetizando suas personalidades e imagens, tornando-se empreendedores digitais em um novo tipo de economia. Como o futuro da inovação e do espírito empreendedor será moldado nessa era de heranças e sucessos precoces? Essa reflexão vai além dos números, mergulhando profundamente nos valores e aspirações de uma geração que veio para mudar não somente as narrativas, mas sobretudo as regras do jogo.

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