Diante de tantos projetos na carreira, Gabriela Prioli tem se preparado para o mais desafiador – e prazeroso – até o momento: a maternidade. Segundo a apresentadora, a notícia de que estava à espera de sua primeira filha fez aprofundar ainda mais algumas convicções que tinha sobre usar sua voz e espaço para ajudar outras mulheres.
“Hoje em dia eu me vejo ainda mais preocupada e pensando como que eu posso usar esse tema para ajudar mais mulheres a conquistarem a independência, a autonomia que eu conquistei na construção da minha vida e da minha carreira. Eu quero que a minha filha possa observar um mundo que comunica para ela horizontes mais ampliados e isso me satisfaz”, disse ao GLMRM.
Já encarando o nono mês de gestação, Prioli pretende dar pelo menos três meses de pausa para se resguardar e cuidar da filha, porém, afirma que os projetos não param. A advogada, apresentadora e escritora de 36 anos quer voltar (ainda mais) o seu conteúdo em 2023 para as mulheres, tentando fazer sua parte por mais equidade entre mulheres e homens.
“A desigualdade na distribuição de poder entre os gêneros sempre me incomodou e agora, mãe de uma menina, isso aflorou muito mais em mim”
Antes de embarcar na experiência de ser mãe, Gabriela lançou recentemente seu novo livro “Ideologias”, que apresenta as três principais correntes que ajudam a pensar a política e a sociedade de hoje: liberalismo, conservadorismo e socialismo.
A apresentadora destaca que, ao longo dos anos, termos como esquerda e direita, além daqueles que designam máquinas ideológicas, como socialismo, liberalismo e conservadorismo, foram esvaziados de significado para transformar em rótulos com os quais as pessoas se auto classificam como “amigos e inimigos”.
“Isso me cobra ao debate. Nos termos dos direitos, esses termos também mudam de sentido e, ao longo dos anos, a partir das transformações do mundo e das novas respostas que vão sendo estruturadas”, afirma.
Mais conhecimento, menos ‘lacração’
De maneira direta, Prioli vê o livro como uma oportunidade de ocupar um espaço carente no mercado literário do Brasil, com uma ideologia fácil de entender e didática para quem quer aprender, além de gerar debates mais qualificados. Além disso, acredita que sua força nas redes sociais (onde acumula mais de 2,3 milhões de seguidores só no Instagram) ajudam a cativar ainda mais seu público e levar informação de qualidade — sempre respeitando a divergência, desde que não tenha a representação do discurso de ódio.
Buscar conhecimento todo dia, segundo ela, é uma forma de garantir que mais gente tenha esse protagonismo político e fortaleça a convicção de que política é a atuação com substância e não só uma performance nas redes para “lacrar”.
“Temos a tendência de achar que política é só partidária e só se manifestar sobre o tema que está causando algum impacto nas redes sociais para ser visto como alguém que se importa. Mas não é assim. A gente faz política quando decidimos respeitar as pessoas, quando adotamos um comportamento ético, quando pensamos no melhor jeito de contribuir para o nosso país e o mundo”, afirma.
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