Especulada durante meses, se destacando nos últimos dias com uma escalada de informações quentes divulgadas pela mídia dos Estados Unidos e, finalmente, confirmada nessa sexta-feira (28), a separação após 13 anos de Gisele Bündchen e Tom Brady coloca um ponto final em uma uma história de amor digna de ser retratada na telona e que começou e terminou de forma milimetricamente muito bem planejada.
O pontapé inicial da relação foi em 2006, quando Rob Gronkowski, assessor pessoal do jogador futebol americano e então apenas um conhecido de Bündchen, soube que a brasileira estava em busca de um novo amor. Mas não qualquer um: conforme chegou aos ouvidos de Gronkowski, a modelo que àquela altura já era a mais famosa e rica do mundo entre suas pares tops, queria um parceiro perfeito, cuja estrutura óssea combinasse com a sua, igualmente bem-sucedido, acostumado com a fama, financeiramente independente e, claro, fiel.
Então recém-separado da atriz Bridget Moynahan, sua namorada entre 2004 e 2006, Brady estava meio pra baixo por conta disso, um acontecimento de sua vida pessoal que poderia afetar sua performance nos gramados, e foi aí que Gronkowski teve a ideia de procurar Bündchen para lhe propor um encontro às cegas com seu chefe, prometendo para a übermodel que seria a chance de conhecer seu “perfect match”. Ela topou na hora.
Blind date com a ‘mais linda do mundo’
Em seguida, Gronkowski revelou para o quarterback, na época integrante do New England Patriots de Massachusetts, tradicional estado dos EUA, que havia agendando um jantar entre o atleta e “a mulher mais linda do mundo”, descrição suficiente para que Brady também concordasse com o esquema romântico sem pestanejar. O “blind date” rolou no wine bar Turks & Frogs, um hotspot dos mais bem frequentados de Nova York que fica no West Village, mesmo bairro da cidade no qual Bündchen morava – em uma townhouse de quatro andares avaliada em US$ 20 milhões.
O que aconteceu depois da noite regada a bons drinques e pratos assinados por chefs é coisa pra imaginação, e o fato é que dali pra frente os dois não se desgrudaram mais. Nem quando Moynahan soltou a bomba de que estava grávida de Brady, quando seu ex já tinha oficializado o novo namoro com Bündchen, que chegou a considerar despachá-lo para não ficar com fama de quem coloca o dedo no olho das outras.
Gronkowski entrou em cena novamente, ajeitou as coisas para que todos os envolvidos tivessem alguma vantagem e, três primaveras pra frente, Brady pediu a mão de Bündchen em casamento, depois de outro pivô que deram no Turks & Frogs. Entre um gole e outro dos vinhos caríssimos que incluem a carta do restô, o bonitão contou para a amada uma mentira de que a multimilionária propriedade dela em NY passava por um vazamento daqueles, a deixando desesperada e resultando em sua corrida às pressas para o imóvel pra poucos.
Pedido de casamento com anel de US$ 1 milhão
Chegando no pied-à-terre que fica no mesmo quarteirão em que mora Sarah Jessica Parker, Bündchen olhou por todos os cantos e não viu uma gota de água sequer no chão, se virou para Brady e o que avistou foi o homem que era uma das personificações em pessoa do “sonho americano” de joelhos em sua frente segurando um anel platinado contendo um diamante solitário de quatro quilates e estimado em mais de US$ 1 milhão, e soltando a clássica “Will You Marry Me?”.
A gaúcha, que para os brasileiros também é uma espécie de Pelé com salto 15, não respondeu “yes” na hora, o que fez apenas depois de mandar o futuro marido, que dias antes estava na mesa de cirurgia operando o joelho, ficar em pé para não colocar em risco a boa recuperação do procedimento.
Dois casamentos (ambos secretos) e várias mansões depois, o “power couple” era exemplo de case de sucesso quando o desafio é dividir o mesmo teto. Bündchen tinha realizado mais um sonho, e só faltava a garantia de viver feliz pra sempre, aposentando-se antes de virar quarentona, com centenas de milhões de dólares na conta e uma família de comercial de margarina.
Aposentadoria das passarelas e quadras
Focada nisso, a outrora Angel número 1 da Victoria’s Secret anunciou, em 2015 em aos 35 anos, que se aposentadoria, por assim dizer, abrindo mão dos trabalhos que pediam maior tempo e dedicação e passando a aceitar só os que pagavam bem e exigiam horas ou dias.
Certa de que Brady seguiria seu exemplo, Bündchen virou dona de casa, deu um tempo nos holofotes, escreveu um livro sobre suas memórias e aprendizados que virou bestseller e Brady nada de largar o esporte no qual é tido como um Zeus, tal como sua mulher é uma Dioneia das passarelas. E a “deusa” ficou esperando o maridão.
O agora atacante do Tampa Bay Buccaneers da Flórida finalmente avisou ao mundo sua aposentadoria da profissão que o consagrou no começo desse ano, mas semanas depois voltou atrás e afirmou que continuaria jogando, sem dar muitas explicações. Essa bola fora lançada para Bündchen a deixou irritada de um jeito que, pra quem conhece bem a legítima latina de sangue quente, sabe que seu rosto fica mais vermelho que nem a sola de um Louboutin nas crises de raiva.
DRs e separação
Começaram as brigas, as cobranças, a “wife” lembrando o “husband” que deixou de embolsar muitos benjamins quando largou seu métier e ouvindo como resposta que fez isso porque quis. Foi depois de umas DRs dessas que Bündchen se reuniu com seu círculo minúsculo de amigos e que pensam exatamente como ela nas horas difíceis – e com o cérebro, não com o coração e muito menos com o fígado – pra escolher o melhor caminho a trilhar no meio da tempestade.
Ouviu dos bffs que era hora de reler seu “prenup” (apelido em inglês pra “pre-nuptial agreement”, ou acordo pré-nupcial), se consultou com advogados a respeito disso (entre os quais, parece, o craque Ted Billbe, que defendeu MacKenzie Scott em seu divórcio de Jeff Bezos), e seus assessores financeiros, a fim de garantir a proteção de seus estimados US$ 400 milhões e inclusive de usar a separação legal estrategicamente para pagar menos impostos, algo possível dentro das regras fiscais do leão americano.
Com impasses “técnicos” resolvidos, Bündchen e Brady sentaram em lados opostos da mesma mesma e se acertaram. Nenhum jamais quis o dinheiro do outro, mas há muito mais coisa entre uma entrada triunfal em um tapete vermelho de um Met Gala e uma troca de insultos na cozinha e aos cochinhos, de madrugada, pra não acordar os herdeiros cujas guardas compartilharão, do que pode julgar nossa vã filosofia…
Tem volta?
Inclui, inclusive, uma sociedade multimilionária que os Bündchen-Brady assinaram com a plataforma de criptomoedas FTX Trading, na qual continuarão se vendo e trabalhando lado a lado, algo que quem sabe até os leve a repensar suas vidas conjuntas. Afinal, os filmes de Hollywood nos ensinaram que a garota mais bonita da escola sempre fica com o capitão do time. Mas o futuro de cada um a Deus pertence.
Bündchen mexeu seus pauzinhos no meio do ano, trocou de agência e assinou com outra, pra assuntos hollywoodianos, pra voltar a bater ponto. Vem aí um livro de receitas e quem sabe até um programa no streaming. E Brady assinou na mesma época um megacontrato de US$ 375 milhões para se tornar comentarista esportivo dos canais “Fox” nos EUA quando resolver mesmo dizer adeus aos touchdowns, como se chamam os gols do futebol jogado com as mãos.
Sem pressa, no seu tempo, prometeu ao eventual funcionário a rede de televisão. Mas esse é o lado prático da coisa, uma vez que parado e sem continuar enriquecendo nem um nem outro ficará. Os novos donos de seus corações é a próxima pauta, porque tanto a ex-mulher e o ex-marido do momento continuam sendo bons partidos, pra dizer o mínimo.
“Garanto pra vocês que ela vai largar o Tom e vai voltar correndo pros braços do [Leonardo] DiCaprio e se casar com ele”, disse recentemente Anthony Adams, que era o companheiro de quadra da lenda do basquete Shaquille O’Neal, em uma entrevista de rádio na qual citou o ator, solteiro faz pouco tempo, e de quem Bündchen foi a namorada mais longeva. Jeniffer Lopez e Ben Affleck poderiam ser os padrinhos.
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