Chama-se Kathaleen McCormick a juíza que vai decidir um dos maiores imbróglios corporativos desse ano, que foi a fracassada tentativa de compra do Twitter por Elon Musk.
Titutar do Tribunal de Chancelaria de Delaware, o estado americano cuja legislação mais branda para empresas o torna uma espécie de Ilhas Cayman dos Estados Unidos e, por isso, abriga as sedes fiscais de muitas, a magistrada é quem decidirá se o maior acionista e CEO da fabricante de carros elétricos Tesla deverá ser punido ou não por desistir de comprar o microblog aos 45 do segundo tempo em um negócio que movimentaria US$ 44 bilhões (R$ 238,7 bilhões).
É consenso que o homem mais rico do mundo, que está sendo processado pelo conselho de administração do Twitter pelo passo atrás que deu, por sua vez em razão de não ter conseguido levantar o que precisava para levar a companhia, resultando na subida no telhado da transação bilionária que anunciou aos quatro cantos, será multado em no mínimo US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões).
Musk, aliás, já estaria se movimentando para contra-processar o comando da rede social, em uma ação à parte que também cairá nas mãos de McCormick e cujas cifras igualmente envolvem somas acima dos dez dígitos.
Além disso, a chanceler também analisa há meses uma queixa contra o centibilionário formalizada pelos acionistas minoritários da Tesla, que querem barrar uma compensação em ações da montadora com com capital aberto na bolsa de valores eletrônica Nasdaq que o beneficiaria com aproximadamente 78 milhões extras de seus papeis, além dos 401 milhões que ele já possui.
McCormick, a primeira mulher a assumir o Tribunal de Delaware, palco de inúmeras outras brigas entre empresas gigantes de vários setores, tem fama de ser durona e de jamais se deixar intimidar pelo poder do dinheiro.
Frise-se que a Tesla já foi alvo de várias denúncias de discriminação de gênero e tem fama de demitir suas funcionárias que engravidam, apesar de, oficialmente, oferecer 12 semanas de licença maternidade para elas e sete semanas de licença paternidade para seus funcionários que se tornem pais pela primeira vez, o que nem sempre aconteceria como o prometido.
E tudo isso sem falar nos comentários e ironias de teor tido como machista e misógino que o “Homem de Ferro da vida real” vira e mexe posta para seus quase 102 milhões de seguidores no Twitter, por vezes dando a impressão de querer apenas irritar as feministas.