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Por séculos, o ser humano tem buscado a fonte da juventude eterna. E a americana Celine Halioua acredita ter achado algo nessa linha, pelo menos para os cães. Contrariando a regra geral no mundo animal, onde o tamanho costuma ser proporcional à longevidade, os cães pequenos frequentemente vivem mais do que os grandes. Enquanto um Chihuahua pode chegar a viver até 15 anos, raças maiores como o Dogue Alemão dificilmente passam dos oito.

É aí que entra a Loyal, startup criada por Halioua em 2019 com a missão de prolongar a vida saudável dos cães através da ciência. Até agora, Halioua conseguiu levantar cerca de R$ 300 milhões e tem dois medicamentos em fase de desenvolvimento. Se tudo correr como planejado, em poucos anos ela deverá lançar o primeiro medicamento comercial com o selo de “prolongador de vida” para os cães — abrindo as portas para algo similar em seres humanos.

Desde os tempos antigos, com narrativas como a Epopeia de Gilgamesh, o ser humano tem flertado com a ideia de imortalidade. Hoje, ainda que as propostas soem como contos de fadas — como o congelamento criogênico ou a reencarnação digital — o avanço científico já permite aumentar a longevidade de animais em laboratório. No entanto, o envelhecimento ainda não é reconhecido como uma condição tratável pelas agências reguladoras, como a FDA nos Estados Unidos.

Antes de entrar para o mundo das startups, Halioua enfrentou um período difícil no meio acadêmico. A Loyal se tornou, para ela, uma forma de lutar contra o envelhecimento em seus próprios termos. E como uma apaixonada por cães desde a infância, a escolha da espécie não poderia ser mais acertada.

No Brasil, como em muitos outros lugares, os cães alcançaram um status quase familiar, o que só aumenta a importância da pesquisa da Loyal. Um medicamento que ofereça mais anos de vida saudável aos pets tem tudo para ser um sucesso de vendas. E se, de quebra, esse avanço acabar beneficiando os seres humanos, a novidade científica se tornaria o melhor presente que nosso amigo canino poderia nos dar.

O cenário é propício. Estudos recentes sugerem que o envelhecimento não é apenas uma deterioração inevitável, mas um processo biológico que pode ser manipulado. Certos animais, como as baleias-boreal que vivem mais de 200 anos, e alguns tipos de tartarugas, já exibem resistência natural a doenças relacionadas à idade.

Halioua fundou a Loyal com um financiamento de aproximadamente R$ 26 milhões. Mesmo com o início da pandemia, que forçou o trabalho remoto, conseguiu arrecadar mais R$ 30 milhões, contratando cientistas, veterinários e especialistas em regulamentação de medicamentos.

A transformação dessa busca incessante do homem por algo que retarde a morte, no fim das contas, pode vir de uma solução inesperada em forma de algo palpável e cotidiano que o beneficie diretamente, ainda que sem aumentar sua expectativa de vida — como o simples e reconfortante abanar de cauda de um cão fiel ao ver seu tutor chegar em casa, um prazer que a própria ciência já confirmou ser capaz de melhorar em muitos aspectos a vida dos humanos.

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