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Foto: Paulo Freitas

De um lado, a vista aérea de parte das avenidas Paulista e Sumaré, do Pacaembu e da rua Peixoto Gomide. Do outro, uma visão generosa da Barra Funda e da Vila Madalena. Depois de uma longa temporada mordendo pedaços até então inusitados do globo, é nesta antiga cobertura de dois pavimentos, no bairro de Perdizes, que o casal Kelly Kim e Adrien Gingold – ela paulistana filha de imigrantes, ele francês – refaz as energias para atuar no mundo ao redor.

Personagens da nova moda paulistana, Adrien e Kelly são os criadores da Calma São Paulo. Com mais de 120 mil seguidores nas redes sociais, entre os quais nomes como Pitty, Iza, Gaby Amarantos, Maria Eugênia Suconic e Manu Gavassi, a marca tem, mais que clientes, compradores que se reconhecem como uma comunidade autodenominada “calmers”. Divertidamente estampadas, coloridas, agênero e fluidas, são roupas versáteis da praia ao escritório.

Há um ano, o casal colore o novo lar. Com cerca de 200 m2, dois pavimentos e uma pequena piscina no piso superior, o apartamento codifica o espírito da dupla, pontuado por memórias de viagem, móveis garimpados em brechós, espaços vazios, marcados por muitos pontos de cor. “Quando a gente estava duro, não tinha dinheiro para investir em tintas. E eu sempre quis ter uma casa supercolorida. Agora, botamos cor em tudo”, diz Kelly, com o sorriso habitual que começa nos olhos atentos da filha de um coreano com uma paraguaia.

As paredes do apartamento são divididas numa paleta cromática que vai do azul ao amarelo até uma variação de salmão. Intervalos em branco oferecem respiros óticos, evidenciando os pontos em que as cores se concentram. Os ambientes guardam poucos e determinantes móveis e objetos, repositórios da memória andarilha do casal. Parte do mobiliário, por recente à alagoana Ilha do Ferro, um dos mais celebrados redutos artsy do Nordeste do Brasil.

Fotos: Paulo Freitas

“Eu brinco que não temos móveis da família, mas de todas as famílias. Garimpamos coisas até em brechó de igrejas”, ela diz. “Gostamos de misturar o vintage com o popular e o moderno”, segue Adrien.

“Às vezes, vejo uma fruta ao lado da outra numa banca e percebo como aquelas cores dialogam bem”, Kelly comenta, indicando como o grande banco de cerca de 1 metro e meio do artista alagoano Vavan também lhe serve de inspiração. Zoomórfico, o objeto sintetiza dois seres: metade zebra, metade onça. “Amo essa peça que, como nosso trabalho, harmoniza ‘estampas’ diferentes”, explica a estilista, expert em estamparia digital.

O primeiro pavimento da cobertura condensa a área mais íntima do lar. Já o segundo andar, onde fica a piscina, é o local eleito para confraternizar: “Nunca imaginei que existisse um apartamento com uma piscina em que pudéssemos morar. Isso não existe em Paris. Só para os muito ricos”, comemora Adrien.

Texto por Bruno Albertim

A reportagem completa está na edição 177 da JP, já nas bancas.

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